O Manchester City não fez bem as contas ao resultado de que precisava para ser primeiro na fase de grupos da Liga dos Campeões e pagou caro: saiu-lhe o Barcelona nos oitavos de final. Mas podia ser pior. O Arsenal não se baralhou nos cálculos mas, como perdeu o primeiro lugar do louco Grupo F para o B. Dortmund, ficou à mercê e calhou com o Bayern Munique. Outra vez, exatamente como há um ano. A Liga dos Campeões andou à roda e gerou oito confrontos de dimensões muito diferentes no caminho para o Estádio da Luz, palco da final.

Jogo a jogo, os oitavos da Champions
Arsenal-Bayern Munique

Metade dos clubes presentes nesta fase da prova eram ingleses e alemães: quatro mais quatro. Mas este foi o único confronto sorteado entre equipas dos dois países. E que confronto. O campeão em título, a fazer uma época ainda mais forte, se possível, sob a batuta de Guardiola, frente ao líder do campeonato inglês. Na época passada o Bayern resolveu na primeira mão, no Emirates, ao vencer por 3-1. Perdeu a segunda mão, 0-2, mas seguiu em frente até à vitória final.

Seja como for, os alemães não gostaram do sorteio. «O Arsenal trouxe um par de jogadores de classe mundial e está mais forte esta época. A melhor equipa inglesa contra a melhor alemã, não há favoritos», disse o defesa Dante, enquanto Karl-Heinz Rummenigge comentava assim o sorteio, em jeito de bicada ao Dortmund: «Preferia ter calhado com o Zenit, mas não se pode escolher.»

Manchester City-Barcelona

O Manchester City, um dos novos ricos da Europa, nunca tinha chegado a esta fase da prova. Estreia-se logo a este nível. Mas a equipa orientada por Manuel Pellegrini, que regressará a Espanha com Yaya Touré, Silva, Negredo ou Agüero e ainda com Txiki Begiristain, antigo jogador e atual diretor do Barça, também não era o adversário desejado pelos catalães.

Sintomática a capa do catalão «El Mundo Deportivo» nesta segunda-feira, a desejar qualquer adversário menos este.



Este será o primeiro confronto oficial entre as duas equipas. De resto, como disse Tata Martino, ainda é cedo para fazer grandes previsões, porque faltam dois meses para a eliminatória. O que vale para todos estes jogos, ainda falta muito até fevereiro.

Galatasaray-Chelsea
Didier Drogba, Wesley Sneijder e José Mourinho já mataram saudades na época passada, quando o português treinava o Real Madrid e levou a melhor sobre o Galatasaray nos quartos de final. Este jogo tem significado especial sobretudo para o avançado camaronês, que volta a Stamford Bridge depois de se ter despedido com a conquista da Liga dos Campeões em 2012.

Quanto ao histórico de confrontos entre os dois clubes, remonta a 1999, na fase de grupos da Liga dos Campeões, com duas vitórias do Chelsea, 1-0 em casa e 5-0 na Turquia, naquele que é até hoje o melhor resultado fora de casa dos Blues na prova.

Schalke-Real Madrid
O sorteio sorriu ao Real Madrid. O Schalke era um dos adversários menos cotados e as probabilidades são a favor de Cristiano Ronaldo e companhia. Segundo no grupo do Chelsea, o Schalke é nesta altura sexto na Bundesliga e o apuramento para os oitavos já foi uma vitória.

Milan-At. Madrid
Um rival com mais passado do que presente frente a uma das equipas do momento na Europa. O At. Madrid que brilha em Espanha e dominou como quis o seu grupo na Liga dos Campeões terá pela frente um peso-pesado, a única equipa italiana que sobreviveu à fase de grupos, ainda assim por pouco. As duas equipas já se defrontaram em particulares e têm de resto um confronto na Taça Latina com mais de 60 anos no registo histórico.

Zenit-B. Dortmund

Podia ser o FC Porto, mas não é. Não se pode dizer que a sorte tenha sorrido ao Zenit de Hulk, Danny e companhia, segundo no grupo dos dragões. Terá pela frente o finalista da época passada, que acabou por passar em primeiro o grupo do Arsenal, deixando pelo caminho o Nápoles. Para já, Jurgen Klopp faz um discurso cauteloso até porque, admite, pouco sabe do adversário. «Qualquer equipa que consegue passar a fase de grupos tem de ter qualidade, mas não posso dizer muito sobre eles nesta altura», reagiu o alemão.

Olympiakos-Manchester United

Aqui podia ser o Benfica, mas também não é. O Manchester United, a fazer na Europa uma campanha bem mais estável do que em casa, tem um desafio teoricamente acessível nos campeões gregos, que passaram em segundo no grupo dos «encarnados». A história regista quatro confrontos entre as duas equipas, sempre para os grupos da Liga dos Campeões e todos ganhos pelos «red devils».

Bayer Levekusen-PSG
Sorrisos também em Paris. Depois de segurar o primeiro lugar na fase de grupos da Liga dos Campeões, o PSG calha com um dos adversários menos temidos nesta fase. Eufemístico, Blanc admite que «podia ter sido pior», mas também vai dizendo que o Leverkusen é segundo na Bundesliga, o que «quer dizer que é uma equipa de qualidade».

Veja o calendário completo:

Primeira mão:

Terça-feira, 18 fevereiro
Manchester City-Barcelona
Bayer Leverkusen-PSG

Quarta-feira, 19 fevereiro
Milan-At. Madrid
Arsenal-Bayern Munique

Terça-feira, 25 fevereiro

Zenit-Borussia Dortmund
Olympiacos-Manchester United

Quarta-feira, 26 de fevereiro
Galatasaray-Chelsea
Schalke-Real Madrid

Segunda mão:

Terça-feira, 11 de março
At. Madrid-AC Milan
Bayern Munique-Arsenal

Quarta-feira, 12 março
Barcelona-Manchester City
PSG-Bayer Leverkusen

Terça-feira, 18 março
Chelsea-Galatasaray
Real Madrid-Schalke

Quarta-feira, 19 março
Borussia Dortmund-Zenit
Manchester United-Olympiacos