Ricardo Rocha, a noite para mostrar serviço
A generosidade do central todos a conheciam. Esta terça-feira, aliou a essa enorme vontade e capacidade de entrega uma serenidade pouco habitual, num estádio de ambiente carregado para os visitantes e que empurra sempre o seu United para grandes jogos. Ricardo Rocha teve três ou quatro cortes absolutamente soberbos, um dos quais na segunda parte quando não deixou Van Nistelrooy embalar para a baliza. Teve grande companhia para o ajudar, já que tanto Nelson, como Luisão e Léo estiveram a um grande nível. Sim, os red devils marcaram. De livre e com carambola. Duas vezes.
Cristiano Ronaldo, futebol feito de talento
O extremo português é um dos jogadores do Manchester United que não sente a crise e o divórcio da equipa com os adeptos. Não tem medo de procurar a bola, de fugir para a baliza, de tentar mais uma inclinação de corpo, mais uma simulação com os pés. As suas arrancadas, sobretudo quando a equipa precisava de recuperar o moral e a confiança perdida com os últimos resultados, abriam a defesa do Benfica, provocavam faltas e, quando nada de prático daí saía, pelo menos voltavam a assustar o adversário. Na jogada que deu o livre, foi ele que passou pelo meio de dois adversários até cair e o árbitro assinalar a falta. Na segunda parte, continuou ao mesmo nível e ainda ofereceu a Moreira a defesa da noite (63m).
Simão, um grande livre
No futebol recortado do Benfica, o capitão esteve sempre sereno e eficiente nos passes, nas vezes em que devia subir e nas outras em que devia esperar por ajuda. Ganhou poucas vezes em velocidade ao encorpado Bardsley, mas ajudou bastante Léo nas missões defensivas com alguns cortes importantes. No livre directo, voltou o melhor Simão. Uma bola redonda que entrou junto ao poste direito de Van der Sar.
Ryan Giggs, por que não joga?
A pergunta impõe-se. Não pelo golo, que teve ajuda, mas por todos os problemas que criou a Nélson, pela velocidade que ainda não lhe fugiu das pernas, pela classe do seu pé esquerdo. O galês já não tem aquela idade em que lhe podem pedir tudo, um oceano de arrancadas e dribles curtos, mas ainda é um grande jogador. E depois tem jogos suficientes nas pernas para calar os assobios com um dedo em cima dos lábios: «Sou eu, lembram-se?».
Van Nistelrooij
Marcou o golo da vitória e só por isso merece fazer parte deste texto. Mas já fazia antes, quando recebeu uma bola com calcanhar de malabarista e explodiu para a trave num dos grandes momentos da primeira parte. Teve uma oportunidade, perto do fim, depois de um canto da direita, e lá estava ele, como sempre, para atirar para o fundo das redes. Não há nada a fazer. Ruud é assim! Um enorme ponta-de-lança!