O Mónaco eliminou o Real Madrid, equipa de Carlos Queirós e Luís Figo, das meias-finais da Liga dos Campeões. Os monegascos, que foram derrotados no primeiro jogo por 4-2 e até estiveram a perder por um golo, venceram por 3-1 no Principado e afastaram os galácticos das meias-finais da prova milionária. Figo teve uma actuação regular, colocando Roma à prova num excelente livre directo (57m), mas não evitou o descalabro da sua equipa. Os dois tentos apontados no Santiago Bernabéu decidiram a eliminatória.
Os «merengues», com Figo a ser mais uma vez primeira escolha, dominaram os primeiros minutos do encontro, guardando a bola e trocando-a até bem perto da baliza de Roma. Os monegascos não conseguiram contrariar o melhor futebol do adversário durante a maior parte de todo o período, mas chegaram ao intervalo com o jogo empatado a um golo, o que, mesmo assim, complicava e muito as suas aspirações na prova, uma vez que teriam de marcar dois golos e não sofrer mais nenhum (vantagem nos golos marcados fora). No entanto, as limitações defensivas daqueles a quem chamam há algum tempo de «galácticos» voltaram a ser colocadas a nu, com dois golos do adversário, o primeiro logo a abrir o segundo tempo (Morientes, 48m), o segundo a 24 minutos do apito final (Giuly, 66m). A eliminatória caía dramaticamente para o lado dos franceses.
O primeiro golo do encontro surgiu aos 36 minutos, depois de um grande trabalho de Zidane, o melhor de 2003 para a FIFA. O internacional francês serviu Raúl, após simulação de Guti, para um remate de pé esquerdo, que apanhou Roma em contra-pé. A qualificação estava a um pequeno passo. O empate surgiria já no tempo de compensação, sem que o Mónaco tivesse construído jogo para tal, após um remate de Giuly, o mais esclarecido dos locais, que ainda bateu num jogador do Real antes de entrar na baliza de Casillas. Aos 48 minutos, Morientes fez o 2-1, com um excelente cabeceamento após cruzamento da esquerda de Evra. Até ao fim, os franceses pressionaram muito e chegaram ao 3-1. Ibarra, jogador emprestado pelo F.C. Porto, trabalhou bem na direita e cruzou para a frente de Casillas, com Giuly a desviar a bola do guarda-redes com um toque subtil (66m). Os madridistas caíam e não davam mostras de conseguir a recuperação. Nonda, a cerca de 10 minutos do fim, ainda atirou ao poste. Adebayor repetiu o gesto do companheiro, já nos descontos.
Queirós não pôde contar para este jogo com David Beckham, que se encontrava suspenso, apostando assim em Borja para fazer dupla com Guti no miolo do terreno. Figo e Helguera recuperaram de lesões e foram titulares, com Roberto Carlos a regressar ao «onze» após castigo. No Mónaco, Deschamps apostou no internacional checo Plasil para o meio-campo e no croata Prso, o melhor marcador da «Champions» com seis golos, para fazer dupla com Morientes na frente de ataque. Bernardi, Zikos e Squillaci não foram opção, o primeiro devido a castigo, os outros dois por lesão.
O Real Madrid falhou o apuramento para meias-finais da Liga dos Campeões pela primeira vez em cinco temporadas.
FICHA DO JOGO
Árbitro: Pierluigui Collina (Itália)
MÓNACO - Roma; Ibarra, Rodriguez, Givet e Evra; Giuly, Cissé, Plasil e Rothen; Prso e Morientes.
Substituições: Prso por Nonda (61m); El Fakiri por Giuly (82m); Adebayor por Morientes (85m).
Disciplina: nada a assinalar
Treinador: Didier Deschamps
REAL MADRID - Casillas; Michel Salgado, Helguera, Mejia e Roberto Carlos; Figo, Guti, Borja e Zidane; Raúl e Ronaldo.
Substituições: Solari por Borja (72m); Raúl Bravo por Miguel Salgado (85m); Portillo por Guti (87m)
Disciplina: cartão amarelo a Helguera (30m), Borja (60m)
Treinador: Carlos Queirós
Ao intervalo: 1-1
Marcadores: 0-1, Raúl (36m); 1-1, Giuly (45m); 2-1, Morientes (48m); 3-1, Giuly (66m)