A Juventus empatou no Santigo Bernabéu (1-1) e carimbou o passaporte para a final da Liga dos Campeões Europeus, interrompendo um período de 12 anos sem presenças no encontro decisivo da prova milionária. Álvaro Morata foi o herói da Velha Senhora e, ironia das ironias, marcou o golo que fez tombar o campeão europeu.

Maximiliano Allegri disse, na antevisão ao jogo, que a Juventus ia precisar de ter bola para evitar a avalancha ofensiva do Real Madrid. Não conseguiu e, por isso, foi uma espécie de falsa partida dos campeões italianos.

O Real dominou a fase inicial do jogo e cedo começou a acercar-se da baliza de Gianluigi Buffon, obrigando mesmo o guarda-redes internacional italiano a aplicar-se perante um disparo de meia distância de Gareth Bale.



Gareth Bale Amazing Longshot Buffon great save... por zidanekrisz
Antes disso, Benzema e Cristiano Ronaldo já tinham feito mira das redes italianas, mas a pontaria dos avançados merengues revelou-se pouco acertada.

O internacional português viria, no entanto, a tornar-se figura incontornável do jogo ao cobrar de forma eficaz uma grande penalidade cometida pelo experiente Giorgio Chiellini sobre James Rodríguez.



Depois disso vieram os festejos merengues: passavam para a frente da eliminatória e Cristiano Ronaldo igualava Messi, no topo dos melhores marcadores de sempre (77) e desta edição da Liga dos Campeões (10), e Di Stefano com 307 golos com a camisola do Real Madrid.
 

A Juventus só apareceu, verdadeiramente, no relvado do Santiago Bernabéu após o golo sofrido, já que, até então, só um disparo de Arturo Vidal
levou Casillas
a participar ativamente no jogo.

Com o crescimento dos campeões italianos alterou-se a dinâmica de jogo e o Real arrumou-se no seu meio campo tentando criar metros nas costas da defensa da Velha Senhora. E foi precisamente assim que voltou a esboçar um lance de perigo com Ronaldo, após lançamento de Bale, a ser altruísta e não visar a baliza.

O português foi crescendo no jogo e, ainda antes do intervalo, voltou a tentar marcar, mas a bola morreu nas malhas laterais da baliza de Buffon.

Uma vez mais, Cristiano Ronaldo ia resolvendo o problema e colocava o Real na frente do jogo e da eliminatória.

«Moratazo»


Duraram pouco os festejos dos merengues
porque Morata
voltou a ser decisivo, como, aliás, já tinha sido na primeira mão. O espanhol aproveitou uma bola na área e empatou o jogo, abstendo-se de festejar por respeito à Casa Branca.




O golo italiano criou algum desconforto na estratégia madridista e Casillas, o mal-amado das bancadas, foi decisivo em duas ocasiões a negar o golo a Marchísio
e Pogba
.

À medida que os minutos iam passando a sofreguidão do Real ia-se acentuando e isso foi percetível na quantidade de remates de meia distância protagonizados pela equipa de Carlo Ancelotti
.

James e Bale foram elementos recorrentes nesta tendência, a única forma encontrada pelos campeões em título para chegar à baliza de Buffon.

Allegri foi mexendo na equipa, deu-lhe, até, alguma tração atrás com a entrada de Barzagli
para o centro da defesa, e foi sobrevivendo sem problemas de maior.

Por isso, e sem grande surpresa para quem assistiu aos segundos 45 minutos, a Juventus carimbou a presença na final da Liga dos Campeões, colocando um ponto final num jejum que durava há já 12 anos.

Em Berlim vai encontrar o Barcelona, numa partida que terá a curiosidade de colocar frente a frente Suarez
, Chiellini
e Evra,
jogador que nunca perdeu um jogo nas meias finais da Liga dos Campeões: oito vitórias e três empates em 12 ocasiões.

 

De resto, Morata, o herói da eliminatória, pode sagrar-se bicampeão europeu.