A viagem do super-favorito Bayern Munique à Ucrânia era encarada pela maioria dos adeptos como um entreposto pelo qual a formação de Pep Guardiola tinha de passar rumo às fases mais adiantadas da maior competição de clubes da Europa.

Tudo jogava contra os ucranianos: andam com a casa às costas, devido aos confrontos que assolam à Ucrânia, estavam sem competir oficialmente desde dezembro, problema imposto pela paragem do campeonato, e sofrem de um problema de personalidade quando deixam o registo interno para competir com os tubarões.

E o início da partida deu a ideia de agravar ainda mais o cenário. As palavras de Lucescu - que falava numa vontade do seu contingente de brasileiros vingar à goleada imposta pelos germânicos no Mundial - pareciam ter funcionado ao contrário e os alemães, com uma pressão quase sufocante à saída da área adversária, foram tomando conta do jogo.

Muita troca de bola no último terço, procurando abrir brechas na defensiva ucraniana, mas com surpreendentes problemas na definição das jogadas. Rafinha, Schweinsteiger e Muller, por duas vezes, mostraram pontaria desafinada e, com o passar dos minutos, foram deixando os ucranianos vivos.

Nesta primeira fase, a formação comandada por Lucesco formava um bloco único à frente da baliza de Pyatov, numa espécie de cordão de segurança procurando evitar, a todo o custo, golo bávaro.

Com o passar do tempo o Shakhtar foi subindo no terreno e acabou por conseguir, inclusivamente, o único remate enquadrado que obrigou um guarda-redes aplicar-se. Livre direto cobrado por Rakitskiy com Neuer a segurar a dois tempos.

Ribery ainda teve uma oportunidade para colocar o Bayern em vantagem antes do intervalo, mas, novamente, a mira estava desafinada e a bola saiu por cima.

 Xabi expulso no 100º jogo na Champions

A partida mudou a face para a segunda metade, tornando-se mais física e com menos discernimento. Houve mais entradas viris do que aproximações perigosas às áreas, não se registando um único lance que tenha terminado com uma finalização digna de registo.

O primeiro dado digno de registo na etapa complementar foi a expulsão de Xabi Alonso no dia em que assinalava a 100ª aparição na Liga dos Campeões e que termina com a impossibilidade do espanhol alinhar na partida da segunda mão.

Guardiola reorganizou a equipa, com a entrada de Badstuber, e ainda recorreu a Lewandowski cofiando no instinto matador do polaco para levar vantagem na viagem de regresso à Alemanha.

Até ao final do encontro, os bávaros ainda reclamariam grande penalidade, após um remate de Robben ter sido cortado com o braço por um defensor ucraniano, mas o árbitro não atendeu.

Partida sem golos e tudo em aberto para o segundo jogo, embora com natural favoritismo para os germânicos que costumam ser fortíssimos diante do seu público.