João Pereira

Mudou de posição e a imagem que tinha deixado no jogo com o Benfica também. Jogou como extremo e confirmou que, no derby, terá tido apenas uma má noite. Porque desta vez, na Liga Europa, foi dos mais activos e dos melhores. Cruzou, rematou, e até terá sofrido uma grande penalidade (visto da bancada pareceu falta). Desesperou quando Yannick Djaló e Postiga não lhe passaram a bola, nas várias ocasiões em que fugia aberto pelo flanco oposto ao dos colegas. Isto apenas no primeiro tempo. No segundo, teve as duas melhores ocasiões do jogo para marcar (57 e 64), mas uma mandou para a bancada e na outra McGregor salvou o Rangers. Redimiu-se com um cruzamento milimétrico para os oitavos-de-final da Liga Europa, que Djaló concretizou. O que não foi suficiente.

Matías Fernández

Estranhos momentos de leão ao peito: quando está bem, a equipa parece mal; quando a equipa está bem, o chileno parece baixar o nível. Os primeiros 45 minutos frente ao Rangers trouxeram o mesmo Matías do derby. A procurar bola, a perceber que era preciso jogar entre, e romper, as linhas de meio-campo e defesa escocesa. Nunca se escondeu nessa luta, quis sempre a bola e jogou-a bem tecnicamente, como ofereceu tremenda entrega na recuperação da bola. Quase sempre que o Sporting saiu para um ataque e conseguiu chegar à área, a bola passou pelos pés do 14 leonino, o mais esclarecido. Entrou na segunda parte com um livre directo, que ia dando golo e continuou a pautar o ataque leonino, que agora tinha outros protagonistas também. Mas isso não invalida o bom desempenho de Matías Fernández, reconhecido, de pé, pelo José Alvalade. O pior veio depois, com o golo de Edu.

Djaló

Não é fácil analisar Yannick Djaló. Não é porque o camisola 20 teima em não concluir o que de bom faz. Deve ter os pés mais velozes da equipa, ou seja, em rapidez poucos o apanham. No entanto, às vezes tem tanta fé no sprint que adianta em demasia a bola. Depois, quando não o faz, chega bem à zona de finalização. Aí, aparece outro problema: o remate. O desempenho frente ao Rangers foi fiel ao que se escreveu. Capacidade de empolgar e, depois, de deixar as bancadas com as mãos na cabeça e em protesto. Por isso, e como nunca fez duas coisas bem na mesma jogada (tirando o passe para Saleiro a acabar), alguém teve de fazer uma parte por ele. João Pereira cruzou e Djaló, rápido, apareceu nas costas da defesa do Rangers no que, pensava-se, resolveria a eliminatória.

Polga e Torsiglieri

Outra vez como dupla, mas desta feita sem a mesma eficácia. Comparemos: no derby, o Sporting sofreu dois golos, mas os até nem foi pelos centrais que o leão saiu derrotado. Sim, Polga teve um azar, mas isso não invalida que tenha estado regular. Frente ao Rangers foi diferente. No primeiro golo não percebeu a movimentação, foi atrás de Torsiglieri, que dobrou à esquerda. O problema é que Diouf estava a fugir-lhe para as costas e o senegalês apareceu sozinho, atrás de Polga a fazer o 1-0. Já Torsiglieri não conseguiu disfarçar algum nervosismo, com algumas perdas de bola infantis. Algumas delas originaram ataques escoceses.

Diouf e Edu

O senegalês parece, de longe, o melhor jogador dos escoceses. Pelo menos, daqueles que estiveram em Alvalade nesta tarde/noite. Iludiu Polga no 1-0 e, como o mais avançado, deambulou pelas alas também, a fugir às marcações. Já Edu foi o pesadelo americano do Sporting. O médio apareceu a finalizar e empatar o jogo, dando vantagem nos golos fora. Verdade seja dita, se não fosse Edu,, outro escocês seria, tantos eram os que estavam ali para estragar o dia aos leões.