Momento: conte até 22 sem respirar

Foi o tempo que o Atlético Madrid demorou até colocar-se em vantagem nesta eliminatória depois de um erro crasso de Coates logo a abrir o jogo. Passe longo de Savic, o central uruguaio chega primeiro, tenta soltar para Mathieu, mas é surpreendido por Koke que se destaca e bate Patrício como quer. O jogo estava a começar e o Sporting já estava a perder.

Figura: Griezmann em todo o lado

Surpreendente a capacidade física e o fôlego para encher o campo e aparecer em todos os sectores a provocar desequilíbrios, com ou sem bola, sobretudo na primeira parte. É uma peça imprescindível na engrenagem de Simeone, mesmo a correr no sentido contrário ao da baliza de Patrício, um movimento que repetiu muitas vezes, arrastando os laterais, para depois, com o apoio essencial de Koke e Saul, lançar Diego Costa ou Correa sobre as alas. Não espera pela bola, vai buscá-la e foi assim que acabou por provocar o segundo erro crasso dos leões, pressionando Mathieu que, depois de Coates, também acabou por comprometer. Quando se destacou, era fácil adivinhar que o segundo golo estava a chegar. Nestas situações, o francês é letal.

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Positivo: Saul Ñiguez, o homem invisível

Outro jogador tremendamente influente nas manobras dos colchoneros, embora bem mais discreto do que o avançado francês. O médio faz-se de invisível, mas está lá sempre, a manter equilíbrios, o que não é nada fácil pela forma como a equipa de Simeone se movimenta em campo. Os avançados abrem para as alas, os laterais invadem os espaços interiores e Saul, sempre em sintonia com Gabi e Koke, organiza e mantém tudo afinado.

Negativo: centrais a tremer que nem varas verdes

Primeiro Coates, depois Mathieu, e a seguir os dois. Uma noite de verdadeiro pesadelo para os centrais do Sporting. Já referimos o primeiro lance do uruguaio logo a abrir o jogo. Podia ter sido apenas uma falta de concentração ou um azar, mas a verdade é que o compatriota de Godín voltou a cometer os mesmos erros, em dose dupla, na segunda parte e só por arte de Rui Patrício é que Diego Costa ficou em branco esta noite. O companheiro francês do lado não lhe ficou atrás. Que receção foi aquela que acabou por destacar Griezmann no lance do segundo golo? Que rosca foi aquela na segunda parte que quase permitiu o terceiro golo do Atlético. Para esquecer.

Outros destaques:

Rui Patrício

O descalabro podia ter sido bem maior não fossem as intervenções decisivas de Rui Patrício. Na primeira parte, logo a seguir ao primeiro golo, adiou o segundo, com uma grande defesa a uma cabeçada de Godín que levava sêlo de golo. A abrir a segunda parte, impediu que mais dois erros tremendos de Coates resultassem em novos golos do Atlético, impedindo que Diego Costa, como já dissemos, também marcasse esta noite.

Oportundiades perdidas

Gelson na primeira parte, Montero nos últimos instantes, tiveram oportunidades para fazer a vontade a Jesus e levar a eliminatória, com expetativas mais elevadas, para Lisboa, mas nem um, nem outro, conseguiram fazer o que parecia fácil. O jovem extremo, lançado pr Bruno Fernandes, destacou-se, entrou na área sem pressão, mas procurou atirar em jeito e permitiu a defesa de Oblak quando os adeptos do Sporting já estavam de pé preparados para gritar golo. A oportunidade do avançado colombiano, já em tempo de compensação, foi ainda mais gritante. Depois de uma bomba de Bryan Ruiz, o guarda-redes esloveno defendeu para a frente e Fredy atirou para as nuvens. Com calma, podia ter feito bem melhor e as expetativas do Sporting seriam bem mais animadoras nesta altura.

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