Confira a FICHA DO JOGO
As contas eram fáceis de fazer. Sem acreditar numa vitória do Skenderbeu sobre o Lokomotiv Moscovo [perdeu 0-3], o Sporting estava mesmo obrigado a vencer e, perante este cenário, Jorge Jesus, desta vez, não geriu, apostando no seu melhor onze, ainda com Montero no lugar do limitado Téo Gutiérrez. O Sporting procurou, desde o primeiro minuto, assumir as rédeas do jogo, mas cedo deparou-se com forte oposição do Besiktas que, com uma pressão bem alta, colocava enormes dificuldades aos leões na fase de construção. Ao longo da primeira parte, todos os elementos da defesa leonina cometeram erros, uns atrás dos outros, que só não foram mais graves porque, muitas das vezes, os turcos não contavam com tamanhos brindes.
O Besiktas, que colocava a sua linha defensiva sobre o meio-campo, pressionava o Sporting a toda a largura, num colete de forças que o Sporting não conseguia libertar-se, mas que era ao mesmo tempo muito arriscado. Por várias vezes Slimani procurou transpor essa linha, acorrendo a passes longos de Patrício ou William, mas caiu quase sempre em posição irregular. O jogo seguiu neste equilíbrio ténue, com os leões a cometerem erros atrás de erros junto da baliza de Patrício, sem conseguir explorar o muito espaço que os turcos deixavam nas suas costas.
Sahan e Quaresma, sobre as alas, não permitiam a subida dos laterais leoninos e o Sporting não conseguia explorar as faixas, fletindo quase sempre para um congestionado meio-campo, sem conseguir profundidade, nem chegar perto da área de Zengin. Tirando um pontapé de João Mário a abrir o jogo, os leões não voltaram a visar a baliza turca até ao intervalo, enquanto o Besiktas, apesar de também ter poucos remates, teve mais ocasiões, com destaque para um cruzamento de trivela de Quaresma, que Mario Gomes não conseguiu controlar em zona de finalização. Ficava o aviso.
Novo jogo, com quatro golos em vinte minutos
O Sporting estava obrigado a abrir o jogo para as alas para aliviar a pressão dos turcos e foi nesse sentido que Jorge Jesus prescindiu de Montero ao intervalo para lançar Gelson para o corredor direito, com Bryan Ruiz no lado contrário e João Mário nas costas de Slimani. O jogo ficou desde logo mais aberto, ganhou velocidade e as bancadas animaram-se. Havia agora muito mais espaço para se jogar, mas os turcos mantiveram forte pressão sobre o detentor da bola e uma hesitação de João Pereira abriu caminho para o golo dos turcos, com Quaresma a escapar pela esquerda e a cruzar de trivela, bem ao seu estilo, para a possante finalização de Mario Gomez.
Um golo que silenciou Alvalade, mas que não abalou a equipa. Faltava mais de meia hora para o final e, como o jogo estava, tudo era possível. Um passe longo de Bryan Ruíz permitiu a Slimani destacar-se e empatar, nove minutos depois, diante de um Zengin que ficou pregado ao relvado. Ao contrário do golo de Mario Gomez, este golo de Slimani fez mossa no Besiktas que, a partir deste momento, deixou de jogar aberto e fechou-se sobre a sua área, a defender um resultado que ainda lhe permita a qualificação, mas sujeitando-se à pressão dos leões que, apoiados pelos adeptos, cresciam a olhos vistos no relvado.
Numa jogada de insistência, surgiu a reviravolta, com João Mário, com um toque subtil de cabeça a libertar Bryan Ruiz que, com o pé esquerdo, fuzilou Zengin. O Besiktas estava na lonas e o Sporting mais empolgado do que nunca, a carregar com tudo, com Gelson e Bryan Ruiz a explorarem bem as alas e Téo Gutiérrez a entrar também bem no jogo, com o terceiro golo do jogo. Em apenas dez minutos o Sporting virava o jogo com três golos de rajada e carimbava a qualificação para os 16 avos de final da Liga Europa.
O Besiktas que chegou a estar com os dois pés na próxima fase, com o primeiro lugar do grupo, acaba por ficar fora, e é o Sporting que acompanha o Lokomotiv Moscovo para a fase a eliminar.
Confira os destaques do jogo: golo de Slimani virou o jogo
