Um Marítimo sem medo e com muita vontade opôs, esta quinta-feira, uma excelente réplica ao Dínamo Kiev, líder do campeonato ucraniano, em partida que terminou sem golos, da 1.ª mão do play-off da Liga Europa.

Os ucranianos, que terminaram o jogo reduzidos a dez elementos, podiam ter regressado com a vitória na bagagem. Mas o triunfo também podia muito bem ser entregue à equipa portuguesa, que soube sempre reagir ao reconhecido poderio do adversário e também dispôs de ocasiões para marcar.

Daniel Ramos surpreendeu no ataque, com a inclusão de Piqueti e Everton no onze, mantendo Ricardo Valente em relação ao que vinha fazendo desde o primeiro jogo oficial da época, que aconteceu na Bulgária, contra os búlgaros do Botev Plovdiv. Rodrigo Pinho e Edgar Costa, habituais titulares, foram os sacrificados.

No lado dos ucranianos, foram apresentadas poucas alterações em relação ao onze do técnico bielorrusso Aleksandr Khatskevich. Yarmolenko e Derlis Gonzáles (ex-Benfica), eram as principais armas do Dínamo.

A equipa do Dínamo Kiev entrou a querer dominar o jogo, instalando-se rapidamente no meio campo do Marítimo, que, como era de esperar, cedeu a iniciativa aos ucranianos. E o jogo podia ter começado de feição para a equipa visitante, já que logo aos três minutos, num lance iniciado por Yarmolenko, o remate Sydorchuk foi desviado pela defensiva insular e saiu para canto.

Confira a fica de jogo e o relato ao minuto

O Marítimo não tremeu e respondeu aos 10’, com o central Pablo Santos a cabecear muito por alto sobre a baliza à guarda de Maxym Koval, na sequência de um pontapé de canto.

Três minutos depois, Ricardo Valente, encontrou espaço no corredor central e após progredir com o esférico uns bons dez metros disparou forte, à entrada da grande área, mas à figura de Koval, que encaixou sem problemas.

Já com o domínio do jogo repartido, Ricardo Valente esteve muito perto do golo, aos 18 minutos, quando aproveitou uma sobra dentro da grande área ucraniana. Foi lesto a dominar o esférico e a virar-se para a baliza, mas o remate saiu ligeiramente acima da barra.

Quem também não tremeu foi o Dínamo Kiev, que voltou a assumir o controlo do jogo e a criar mais situações de perigo. Valeu, aos 33', a atenção e elasticidade de Charles para travar um cabeceamento de Kadar, que na sequência de um canto.

Notava-se que os ucranianos queriam ir para o descanso na frente do marcador. Procuravam transições mais rápidas e passes de rotura. Mas o Marítimo foi aguentado o ímpeto atacante do adversário com muita organização e eficácia.

Para o reatamento, que se iniciou sem alterações em ambas as equipas, esperava-se a manutenção da toada ofensiva que os ucranianos imprimiram no último quarto de hora do primeiro tempo. A equipa do Dínamo bem tentou controlar o jogo e dominar, mas o Marítimo não deixou.

Ricardo Valente foi um perigo: os destaques do encontro

Erdem Sen foi o primeiro a criar perigo no segundo tempo, através de um cabeceamento que levou algum perigo à baliza de Koval, aos 48’. Os ucranianos responderam oito minutos depois, com Garmash a disparar do meio da rua para proporcionar a Charles uma grande defesa para a fotografia.

Os lances deram o mote para partir o jogo. Aos 63', Yarmolenko foi obrigado a derrubar Ricardo Valente, já perto da quina da sua área, na sequência de uma transição rápida bem desenhada pelo Marítimo. Do livre não resultou perigo para a baliza ucraniana.

O jogo estava animado e prometia mais. As substituições que se seguiram, de parte a parte, também contribuíram para ajudar ao espectáculo.

Aos 75', o golo do Marítimo esteve quase a acontecer, quando um cruzamento de Erdem Sen por pouco não foi emendado por que Éber Bessa para o fundo das redes de Koval. Na resposta dos ucranianos, Charles voltou a brilhar parando o cabeceamento de Mbokani.

Até ao final do jogo, sucederam-se mais um par de lances de perigo em ambas as balizas, mas o resultado manteve-se inalterado.

Nota para a expulsão do central Khacheridi, que vai ficar de fora do segundo encontro, após ter visto dois amarelos e o consequente cartão vermelho, aos 88 minutos.