45 minutos de sofrimento e o renascimento, qual Fénix, para garantir, folgadamente, o apuramento para os quartos de final da Liga Europa. Antes do jogo, era muito o alarido em torno do ambiente escaldante do San Paolo, e confirmou-se essa eletrizante atmosfera. Com uma magra vantagem de 1-0, com a baixa de última hora de Maicon, e Alex Sandro impedido, e uma defesa que nunca jogou junta, o FC Porto entrou em campo acanhado perante um Nápoles determinado a fazer valer todo o favoritismo teórico.

Nos primeiros 20 minutos de jogo, a defesa portista, colada com cuspo, foi posta à prova e tremeu perante as entradas avassaladoras de Mertens, Inler, Higuain e Pandev. O ritmo intenso de jogo, sempre no mesmo sentido, não permitia que o setor recuado portista se organizasse. Ricardo, Reyes e mesmo Danilo, cometiam demasiados erros. Fabiano, com uma enorme exibição, ia defendendo tudo, mas o golo era só uma questão de tempo. E aos 20 minutos, Higuain a conseguir passar por Mangala e Reyes, a colocar no centro, para a entrada de Pandev na área, que rematou para a baliza, sem hipótese para Fabiano.

Após o golo, o Nápoles levantou o pé do acelerador. Era incomportável manter aquele ritmo até ao final. E foi esse abrandamento que permitiu ao FC Porto começar a respirar e a organizar-se. Jackson ainda ameaçou a baliza de Pepe Reina, mas a bola saiu ao lado.

O intervalo chegou com a eliminatória empatada e tudo viria a decidir-se na segunda parte. O Nápoles voltou a entrar forte e valeu aos portistas a omnipresença de Fabiano. Carlos Eduardo estava apagado e Varela em noite não. Luís Castro jogou na antecipação e tirou-os para fazer entrar Josué e Ghilas. Foram estas duas substituições as responsáveis pelo que aconteceria a seguir.

O FC Porto ganhou em garra. Deixou de ser o animal tímido que lambia as feridas e, três minutos depois de ter entrado, e após uma excelente passe de Fernando, Ghilas, num remate de primeira em movimento, fez o golo do empate, e colocou os portistas em vantagem. Outra vez o argelino a ser crucial na Liga Europa, tal como já tinha acontecido em Frankfurt.

O Nápoles precisava de marcar dois golos, mas logo a seguir, Quaresma, num excelente trabalho individual, fez o 2-1, afastando ainda mais a formação de Benítez dos quartos de final.

Até o fim do encontro, o FC Porto tentou gerir o resultado. O Nápoles acusou os dois golos, mas ainda tentava marcar, embora se notasse algum desnorte. Ainda assim, aos 90, Zapata fez o 2-2, mas já não conseguiu impedir os dragões de seguirem em frente.