A estreia do Arouca nas competições europeias foi difícil, mas terminou de uma forma feliz, com um golo de Walter González a valer o empate a uma bola que coloca a equipa portuguesa em vantagem para a segunda mão desta terceira pré-eliminatória da Liga Europa.

A pressão da equipa holandesa foi uma constante ao longo da primeira parte e só a sorte intercalada com um par de boas defesas de Rafael Bracali impediram o Arouca de ir para o intervalo a perder.

Mais rápida sobre a bola, com domínio quase absoluto do meio-campo, mais ofensiva e melhor fisicamente a formação da casa obrigou o Arouca a defender… quase sempre em dificuldades.

A formação de Lito Vidigal raramente conseguia sair do sufoco e desdobrar-se para o ataque. Era quase impossível ligar três passes seguidos… Walter González disfarçava lá na frente, correndo quilómetros, mas só dava Heracles.

Navratil aparecia em diagonais e teve nos pés duas boas ocasiões (logo aos 2’ e aos 29’), Bel Hassani pautava o jogo e fazia passes de rotura e Kuwas aparecia ágil sobre a direita do ataque colocando o lateral esquerdo Nelsinho em sentido.

Se assim foi a primeira parte, assim começou a segunda: Geldon, o goleador do Heracles, que já havia visado a baliza aos 37’, apareceu nas costas da defesa para solto na área atirar para a defesa para canto de Bracali aos 47’.

São Rafael Bracali… Sempre ele foi fazendo um milagre atrás de outro na baliza do Arouca, aguentando o nulo até onde foi possível. Mais precisamente até aos 52’, quando Geldon voltou a aparecer solto nas costas da defesa, perante a falha na marcação de Hugo Basto, e a corresponder com um remate letal a um cruzamento da esquerda de Navratil.

FICHA DO JOGO

Em desvantagem, o Arouca continuou a ver a baliza do Heracles quase só com a ajuda de uns binóculos, os três médios raramente conseguiam segurar o ímpeto dos holandeses na zona central e a defesa foi cometendo erros de marcação consecutivos.

Não era de estranhar que Geldon, Kuwas, Bruns ou Navratil continuassem a aparecer na cara do golo. Mas, lá está, aí aparecia Bracali segurar o destino arouquense nas suas mãos.

E se o toque divino de Bracali mantinha o Arouca vivo na eliminatória, um golo milagroso, quase caído do céu, colocou os arouquenses em vantagem para a segunda mão, que disputarão em casa dentro de uma semana.

Aos 90 minutos, Gegé subiu pelo flanco direito, recebeu a bola de Nuno Valente e cruzou para a área… A bola bateu em Gosens e sobrou para Walter González, que com um pequeno toque enganou o guarda-redes Castro.

Estava feito o 1-1 num jogo quase de sentido único do ataque dos holandeses. «Arouca também é Europa!», bem podem continuar a gritar os cerca de 50 adeptos portugueses que estiveram em Almelo – e todos os outros que ficaram a torcer por fora. Esta estreia foi, de facto, abençoada pelos deuses do futebol europeu.