O Sp. Braga entrou na época 2017/18 com um empate europeu, conseguindo sair da Suécia sem perder à terceira tentativa.

Igualdade a uma bola com o AIK, em Estocolmo, que faz com que os minhotos partam em vantagem para a segunda mão da 3ª pré-eliminatória da Liga Europa. Raúl Silva firmou os créditos de central goleador que trazia da Madeira, mas um penálti impediu o triunfo, que era injusto já que os suecos não foram inferiores a um Sp. Braga ainda em construção e com poucas rotinas e ritmo.

Abel Ferreira apresentou um onze com várias novidades em relação à última época, três na defesa e três no meio-campo.

Os reforços Esgaio, Jefferson e Raúl Silva jogaram ao lado de Rosic na defesa, os regressados Danilo e Fábio Martins juntaram-se ao reforço Fransérgio e a Pedro Santos no miolo. Matheus assumiu a baliza e a dupla, anunciada por Abel, Rui Fonte e Stojiljkovic jogaram na frente.

Organizados em 4-4-2, os minhotos jogaram frente a uma equipa que alinhou em 3-5-2 e que vai a meio do campeonato sueco, tendo por isso muito mais andamento e ritmo.

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Na antevisão para este jogo, Abel Ferreira referiu que os jogadores estavam «ansiosos» por começar a competição e foi exatamente isso que se notou neste novo Braga: ansiedade!

Primeiros minutos com muitos passes errados, procura exagerada da bola longa e nenhum efeito prático no ataque ao adversário. Só que na primeira vez (10’) que conseguiu ligar os médios com a dupla ofensiva sem ser com bola longa o Sp. Braga chegou ao golo.

Rui Fonte recebeu e soltou em Fábio Martins, que entrou na área tentou o drible, mas não conseguiu o remate. A bola ficou perdida à entrada da área e Fransérgio surgiu a rematar, ganhando o canto.

Na bola parada Raúl Silva foi letal, ele que ao serviço do Marítimo fez sete golos na última época. Pedro Santos foi o assistente.

O golo foi um calmante para o Sp. Braga, que começou a crescer no jogo, ter mais bola e a mostrar mais critério. Danilo começou a destacar-se no meio-campo e se no plano teórico o brasileiro seria o homem mais recuado do miolo, na prática esteve muito mais desinibido e atacante que Fransérgio.

Aos 16 minutos esteve a centímetros do golo. Ganhou a bola, combinou com Pedro Santos e entrou com bola na área, driblando um adversário e atirando rasteiro na direção do poste direito do guarda-redes.

Não marcou o Sp. Braga e um erro de Pedro Santos estragou a «pintura» e trouxe de novo a ansiedade. O extremo foi no apoio a Esgaio, mas derrubou Ishizaki já dentro da área. Penálti e Sundgren não desperdiçou.

O jogo voltou à toada inicial, muitos passes errados, muita precipitação e um exagero no jogo direto. Durante largos minutos o Sp. Braga tentou explorar os espaços entre laterais e centrais suecos, mas sem resultado.

Só depois da meia-hora é que voltaram as oportunidades, altura em que Fransérgio e Danilo, mais o segundo, agarraram as rédeas do encontro. Danilo foi o autor do remate mais perigoso, até ao descanso, que Linner defendeu.

O intervalo chegou com o empate a uma bola e Abel Ferreira teria muito a conversar com os jogadores, sobretudo pedir mais calma e melhor decisão no passe a nível ofensivo e muito por corrigir na parte defensiva. Que descoordenação entre Rosic e Raúl!

Tudo igual no regresso dos balneários, com a defesa bracarense a continuar a errar. Aos 49’ o AIK teve a melhor oportunidade do jogo e pelo lado direito da defesa do Sp. Braga, onde Esgaio esteve mal no plano defensivo.

O avançado Goitom descaiu para a direita, recebeu e lançou o lateral Lindkvist (um dos melhores dos suecos) que entrou na área e na cara de Matheus acertou no poste. Alívio para Abel e para o Sp. Braga!

Se parecia que o AIK estava por cima, os minutos seguintes mostraram que este lance foi apenas casual, já que o jogo voltou a ser jogado muito a meio-campo sem domínio de nenhuma equipa. A partir dos 55’, os Guerreiros do Minho assumiram as despesas do jogo e instalaram-se no meio-campo dos suecos. Fábio Martins duas vezes, Stoljilkovic, Pedro Santos e Jefferson tentaram a baliza, mas sem efeito.

Dentro da área o Sp. Braga criava pouco perigo e quando lá entrava decidia mal, por isso a meia distância foi sempre a principal arma. Aconteceu com Esgaio e Rui Fonte em situações claras do lado direito e com maus cruzamentos. Não marcou e o jogo voltou a ficar partido.

Aos 65 minutos começou a dança das substituições com Abel a lançar Hassan, Wilson Eduardo e Xadas, mas sem efeitos práticos.

Até final três lances de registo, dois deles que resultaram em golos anulados. Primeiro ao AIK, com Stefanelli a isolar-se e a bater Matheus, só que em posição irregular, tal como Hassan que desviou um cruzamento ao segundo poste.

Aos 88’ a defesa da tarde: mais um lance do AIK do lado esquerdo, que termina num cruzamento que Danilo desvia e Raúl Silva dá um segundo toque, que obrigou Matheus a evitar o autogolo com uma grande defesa.

O tempo chegou ao fim e o Sp. Braga traz para Portugal um empate com golos, resultado que em teoria é favorável e talvez melhor do que a exibição de hoje. Na Pedreira tem de confirmar o estatuto, já com mais dias de trabalho e melhor entrosamento.

Nota muito positiva para a exibição de Danilo Barbosa, para os bons momentos de Fábio Martins e Fransérgio, mas Abel terá de rever a dupla defensiva, pelo menos corrigir os muitos erros de Raúl Silva e Rosic (sobretudo este). Esgaio nunca esteve bem defensivamente e Pedro Santos andou desaparecido.

Daqui a uma semana tudo se decide em Braga.