* enviado-especial do Maisfutebol a Sevilha

FIGURA


Beto
Noite perfeita do guarda-redes português. Entra neste destaque por não ter concedido ao FC Porto a centelha de esperança que um golo significaria. Três ou quatro grandes defesas, a manter a vitória confortável e alargada. Se não estivesse aqui Beto, estaria Ivan Rakitic. Um senhor jogador, um portento de técnica, inteligência e competitividade.

MOMENTO

Minuto 79: o terramoto final
Podíamos ter escolhido qualquer um dos golos do Sevilha. Vamos pelo último por ter significado o baixar das armas, o derradeiro beijo da morte.

NEGATIVO

Danilo
Tudo no lateral nos meteu impressão. O pé direito rígido e incapaz de amansar uma bola, a precipitação na hora de passar, os movimentos atrasados em relação ao oponente direto. Não sabemos se as lacunas são simplesmente técnicas ou originados por limitações emocionais. Sabemos, sim, que é inadmissível ver um profissional privilegiado provocar um adversário quando já tem um cartão amarelo. O que pretendia Danilo? Ser expulso? Está no primeiro golo (penálti sobre Bacca), no segundo (reposição defeituosa de Fabiano) e no terceiro (incapaz de impedir o remate de Bacca). Demasiado fraco.

A CRÓNICA DO JOGO: tese de incompetência em Sevilha


OUTROS DESTAQUES

Quaresma
Complicativo e provocador, incapaz de perceber que a equipa precisava do seu lado bom e não do génio conflituoso no primeiro tempo. Preocupou-se mais com o futebol no segundo, rematou, cruzou (80 por cento das vezes de trivela) e fez um golo extraordinário já no período de descontos.Tarde. Obrigou ainda Beto a fazer uma grande defesa e Coke a ser expulso. Soube, apesar de tudo, a pouco. É capaz de mais, muito mais. Todos o sabemos, ele também, apesar de ter sido dos melhores da equipa.

Steven Defour

No período caótico da equipa foi o único a manter a cabeça fria e a dar alguma segurança. Não tem a dimensão física de Fernando, nunca terá, mas sabe pausar o jogo e entregar a bola jogável. Além disso, quando todos pareciam de cabeça perdida, o internacional belga manteve-se lúcido. Não foi capaz de fazer esquecer o Polvo, não senhor, mas foi regular e equilibrado. No meio de tanta confusão, isto só pode ser um elogio.

Alex Sandro
A incompetência do compatriota só é superior porque esteve diretamente envolvido em três golos do Sevilha. Se olharmos somente para a qualidade das ações, Alex Sandro andou assustadoramente perto do miserabilismo de Danilo. O número de passes errados afronta qualquer jogador (limitado) dos campeonatos distritais. Muitas vezes sem oposição entregou a bola para terra de ninguém. Começou mal – três entregas deficientes nas três primeiras ações – e só se recompôs a meio do segundo tempo, no tudo por tudo. Uma tragédia de muitos milhões. Por onde anda o menino que na época passada encantou de dragão ao peito?

Ghilas
Mais vítima do que réu, provavelmente. Foi mal servido, é verdade, mas também nunca fugiu a procurar a bola e a tentar participar no processo de posse. Não nos lembramos de ter feito um só remate.

Carlos Eduardo
Anda, pelos vistos, a jogar com uma limitação física. Sejamos diretos: se isso é mesmo verdade, então o melhor é que recupera totalmente. Da forma que está e que joga é que não. Sem força, sem ritmo, sem influência. Substituído ao intervalo, foi um espetro triste no primeiro tempo.

Silvestre Varela
Não teve uma única ação digna desse nome. Avaliar um extremo desta forma é grave. 45 minutos cheios de nada.