Esta é apenas meia crónica da primeira parte do Estoril-PSV Eindhoven que foi suspenso depois do intervalo devido a um forte dilúvio que caiu sobre a Amoreira. Na altura, o Estoril vencia por 3-2, resultado que lhe permitia seguir para a última jornada, ainda a depender de terceiros, mas com possibilidades de se qualificar para a próxima fase. Ainda faltam 45 minutos, mas pelo que vimos esta noite, a equipa de José Couceiro tem argumentos suficientes para bater o líder da liga holandesa.

Fica aqui um resumo de uma primeira parte frenética que só vai conhecer o seu epílogo ao final da tarde de sexta-feira. O início do segundo tempo está marcado para as 16 horas.

Veja o filme da primeira parte

Esta noite, sob condições atmosféricas muito difíceis, com chuva intensa e vento forte, o Estoril entrou em campo determinado, com um bloco bem adiantado no terreno, procurando confinar o PSV ao seu meio-campo.

Uma estratégia arriscada que teve custos enquanto os canarinhos procuravam ainda acertar movimentos e calibrar os posicionamentos. Kuca ainda colocou Zoet à prova, com um remate de fora da área que o guarda-redes holandês afastou com uma palmada, mas na primeira transição ofensiva do PSV, aos 6 minutos, os holandeses chegaram ao golo. Bruma lançou Narsingh em profundidade e o extremo cruzou para Depay marcar sem oposição. Ficaram dúvidas quanto à posição do avançado, mas, apesar dos protestos de Couceiro, o Estoril entrava no jogo a perder.
 

Um balde de água fria que não abalou os canarinhos que, já encharcados, encolheram os ombros e foram para cima do adversário, cada vez mais recuado, empurrado pela forte chuva e pelo vento. Kléber esteve muito perto de empatar, mas foi o pequeno Tozé, com um remate do meio da rua, que recuperou o ânimo na Amoreira. A bola sofreu um desvio em Bruma e traiu Zoet. Bola ao meio-campo e novo golo do PSV, num lance em que a defesa do Estoril estava a dormir. Wijnaldum, na zona frontal, abre na direita para Narsingh que, sem oposição, dá dois passos e atira cruzado para as redes de Kieszek. Segundo ataque do PSV, segundo golo, com Emídio Rafael a ficar mal na fotografia pela passividade.

Três golos em sete minutos e o Estoril estava a perder. A chuva não dava tréguas, mas os canarinhos também não e voltaram à carga diante de um adversário que, a jogar contra o vento, tinha cada vez mais dificuldades em sair a jogar. Só dava Estoril e Kuka voltou a nivelar o resultado, antes da meia-hora, com uma entrada de rompante na área e um desvio de cabeça, na sequência de um livre de Tozé em que a bola, embalada pelo vento, ganhou um estranho efeito. Voltava a ser possível até porque, agora, a defesa do Estoril já tinha acertado com as movimentações, com a ajuda de um gigante Anderson Esiti, que varria toda a zona central e anulava qualquer tentativa dos holandeses de invadir o meio-campo canarinho.

O jogo só tinha um sentido e o Estoril não dava descanso ao PSV, com constantes investidas pelas alas, com Sebá e Kuka muito ativos. Foi o cabo-verdiano, desta vez sobre a direita, que desenhou o terceiro golo, com um cruzamento, mais uma vez empurrado pelo vento, a permitir a entrada de carrinho de Diogo Amado. O Estoril estava pela primeira vez na frente do marcador, o único resultado que lhe permitia ir para a última jornada com possibilidades de se qualificar para a fase seguinte. Mesmo sobre o intervalo, o Estoril ainda reclamou uma grande penalidade por alegada falta sobre Kuca. As oportunidades do PSV na primeira parte resumiram-se aos lances dos golos, mas a segunda parte adivinhava-se mais difícil, porque agora era o Estoril que ia jogar contra o vento.

Dilúvio ao intervalo

Mas, assim que o árbitro Martin Strömbergsson apitou para o intervalo, a chuva aumentou de intensidade e caiu um verdadeiro dilúvio sobre o relvado da Amoreira. Uma carga de água impressionante que, num ápice, transformou o relvado num lago. As linhas de marcação desapareceram e foi possível, desde logo, que dificilmente iria haver condições para o jogo prosseguir.

Seis funcionários ainda estiveram no relvado, munidos de esfregonas, para tentar tirar a muita água acumulada, mas nunca parou de chover. Tanto o Estoril como o PSV queriam prosseguir o jogo e a UEFA ainda esperou uma hora até que decidiu adiar o recomeço da segunda parte para as 16 horas de sexta-feira.
 


Um adiamento que até pode ter sido favorável ao Estoril, tendo em conta as difíceis condições que os canarinhos iam encontrar na segunda parte. É verdade que a equipa de José Couceiro estava a vencer e por cima do jogo, mas no segundo tempo ia jogar contra o vento.

Esta sexta-feira, o Estoril terá que dar tudo para chegar ao final em vantagem, a única possibilidade de continuar a sonhar com os 16 avos de final. Em caso de sucesso, a equipa de Couceiro terá de ir a Atenas bater o Panathinaikos na última ronda e esperar que o PSV não vença o Dínamo Moscovo. Mas estas são contas que só se podem fazer ao final da tarde de sexta-feira, se a chuva o permitir.