As meias-finais da Liga Europa começam nesta quinta-feira com jogadores portugueses em ambos os duelos. Em Nápoles, o Dnipro de Bruno Gama pretende continuar a surpreender a Europa, pois a equipa ucraniana confia nas armas que tem para utilizar nas duas partes que a separam da final da prova.

Bruno Gama reconhece que o vice-líder da liga ucraniana tem pela frente «uma grande equipa com excelentes jogadores», mas garante que o Dnipro terá uma palavra a dizer nesta luta pela presença no jogo onde será entregue o troféu da Liga Europa: «O clube merece estar aqui e estando na meia-final acreditamos que podemos chegar à final.»

Em conversa com o Maisfutebol, o jogador português afirma que «há um favorito», que «é o Nápoles», mas Bruno Gama destaca que essa avaliação acontece também «porque ninguém esperava que o Dnipro chegasse às meias-finais». «Mas também aqui tudo pode acontecer», diz o extremo de 27 anos.

«Queremos um bom resultado para tentar passar na Ucrânia», assume Bruno Gama concedendo com um riso que «o melhor resultado seria ganhar», mas que também dará esperanças «um empate ou marcar golos» em Itália.

O jogador português avalia a equipa treinada por Rafa Benítez como um adversário que «tem um coletivo forte com jogadores que podem fazer a diferença». Mas Bruno Gama também contrapõe que «o Dnipro tem sido a surpresa da prova». «Nós temos as nossas armas: somos uma equipa que trabalha muito bem defensivamente, somo organizados e tentamos explorar o contra-ataque», aponta.



O Dnipro chega às meias-finais com apenas uma derrota nas três rondas a eliminar (depois da fase de grupos). E a equipa orientada por Myron Markevych não sofreu qualquer golo nos respetivos jogos em casa. Assim, a importância do jogo da segunda mão, na Ucrânia (daqui a uma semana), poderá ser vital na decisão da eliminatória.

Bruno Gama sabe que «o primeiro jogo é sempre importante» e o Dnipro vai desde logo tentar o tal «bom resultado» em Nápoles, mas o jogador português acredita que a eliminatória «vai decidir-se na segunda mão». Na outra meia-final, a Fiorentina vai a casa do Sevilha de Beto, Daniel Carriço e Diogo Figueiras.

Confrontado a hipótese de defrontar os compatriotas numa final da Liga Europa, Bruno Gama concede que «seria bom poder defrontar outros jogadores portugueses». «Mas ainda não pensei muito nisso», diz o extremo do Dnipro travando cenários fora de tempo: «Temos de fazer a nossa parte e chegar à final.»

Em Sevilha, o detentor do troféu já poderá ter Beto se o treinador Unay Emery o entender, pois o guarda-redes português está recuperado da luxação no ombro. Pela frente, a equipa espanhola tem a outra equipa italiana presente nestas-meias finais e cujo percurso nesta Liga Europa poderá ser reconhecido como o mais difícil. Depois da fase de grupos, a equipa de Vincenzo Montella deixou o Tottenham, a Roma e o D. Kiev pelo caminho.

«Tudo pode acontecer» (vezes três)

«Qualquer jogador ambiciona estar nestes momentos», mesmo sendo a final «o principal» objetivo, garante Bruno Gama confessando que, no plano mais individual, «queria estar a participar mais nos jogos da equipa». O extremo português era habitual titular nos onzes de Markevych antes da paragem de inverno, mas, «na segunda parte da época», jogou «mais a partir do banco». «Mas estou contente porque estou numa equipa que está nas meias-finais de uma competição europeia», clarifica.

A lutar pela final da Lga Europa, nas meias-finais da Taça da Ucrânia (tendo perdido a primeira mão com o Shakhtar) e no segundo lugar da liga ucraniana, esta ainda é uma temporada em que o Dnipro pode ganhar um triplete; ou, ao invés, perder tudo...

Bruno Gama afasta pressões que podem vir de uma perspetiva ou da outra preferindo ser objetivo quando reconhece que «ser campeão [da Ucrânia] é mais complicado», pois «o Dínamo [Kiev] leva seis pontos [de avanço no comando] e faltam quatro jogos». «É fazer o nosso trabalho, até porque ainda os defrontamos», assegura o extremo português.

«Tudo pode acontecer: o positivo e o negativo», diz Bruno Gama de forma bem disposta e sem qualquer pressão a agravar-lhe a voz: «Temos de lidar com isso...»