Uma montanha-russa de emoções. 

Em noventa minutos, a equipa de José Gomes foi acalentando o sonho de passar e, ao mesmo tempo, hipotecando as hipóteses de seguir para a 3.ª pré-eliminatória da Liga Europa. Como? Pois bem, os vila-condenses lutaram praticamente contra si próprios: cometeram erros defensivos e correram sempre contra o tempo, numa tentativa de os corrigir, através da qualidade ofensiva de Dala e Galeno.

O tempo escasseou, os erros acumularam-se e o Rio Ave caiu. Não fez o suficiente. Frente a um adversário competente, organizado e solidário, é certo, embora completamente ao alcance desta equipa. Valeu pela crença e por momentos de alguma qualidade.

FILME E FICHA DE JOGO


Para virar a eliminatória – algo que o Rio Ave apenas conseguiu uma vez nas provas europeias – José Gomes fez duas alterações: Nadjack por Borevkovic e Bruno Moreira na vez de Diego Lopes, lesionado. Se a tarefa era difícil, tornou-se hercúlea logo nos primeiros minutos.

Matheus Reis tentou evitar o lançamento de linha lateral na zona do meio-campo, pasme-se, e deixou a bola nos pés de Frankowski. O cruzamento do extremo foi delicioso e a finalização de Sheridan soberba. O relógio marcava seis minutos.

Em desvantagem, o Rio Ave melhorou. Muito por culpa de um menino chamado Galeno. Assumiu o jogo, desatou a driblar adversários e empurrou os vila-condenses para perto da baliza de Kelemen. Faltava-lhe, contudo, acompanhamento. Quando o teve, o Rio Ave empatou. Gelson Dala recebeu à entrada da área e com um passe simples e brilhante, assistiu o extremo cedido pelo FC Porto para o empate.

O Rio Ave galvanizou-se, como é natural. Empurrou o Jagiellonia para o seu meio-campo e começou a explorar de sobremaneira os corredores, em especial o esquerdo. Galeno e Matheus Reis acumulavam incursões pela lateral e, em cima do apito para o intervalo, colheram dividendos. Galeno conquistou um livre em zona frontal e transformou-o em golo, através de um pontapé fabuloso. 2-1.

O resultado ao intervalo era justo e o Rio Ave parecia mais perto de seguir em frente do que sair de cena. Contudo, um erro de posicionamento de Matheus Reis na sequência de um pontapé de canto, colocou Romanchuk em jogo e permitiu ao capitão da formação polaca empatar a contenda, uma vez mais.

Estavam decorridos 56 minutos. Havia tempo e liberdade para sonhar. A formação de Vila do Conde respondeu na mesma moeda e alcançou novo vantagem no marcador. Canto de Matheus Reis, pontapé de Tarantini travado por Kelemen e recarga certeira de Dala.

3-2. Não se perca, caro leitor.

Pouco depois de Dala surgir isolado (66’), o Jagiellonia fez o 3-3 e praticamente arrumou com a decisão do apuramento. Jogada pelo corredor direito – o sector mais forte deste conjunto – e nova assistência de Frankowsi, desta feita para o recém-entrado Pospísil.

O pontapé certeiro deixou o Rio Ave frustrado. A eliminatória fugiu em definitivo oito minutos depois. Novo pontapé de canto e novo golo de Romanchuk: subiu mais alto que os contrários e cabeceou para o 4-3.

Os vila-condenses persistiram e lutaram pela honra e pelo brio. Reduziram por Darmien Furtado – um dos reforços – e evitaram a derrota, mas não a eliminação.

4-5 a favor do Jagiellonia no conjunto das duas mãos reflete a ideia de que o talento ofensivo não disfarçou tamanha fragilidade defensiva.