Declarações de Artur Jorge, treinador do Sp. Braga, na sala de imprensa do Estádio Municipal de Braga, após a derrota (2-4) frente ao Qarabag, em jogo do play-off da Liga Europa:

«O que não correu bem foi, acima de tudo, o resultado. Tivemos uma exibição aquém do que pretendíamos, uma eliminatória que está a meio, com uma vantagem para o nosso rival, por culpa nossa, que acaba por nos penalizar em temos de resultado e de eliminatória também».

[Crise?] «Nos últimos seis jogos que tivemos perdemos apenas com o Sporting, tivemos um empate com o Chaves e uma derrota com o Sporting. Será sempre muito relativo, ou redutor, olhar aos números. A verdade é que não há como esconder que, acrescido com o que aconteceu em Avalade, nos deixa, não diria em crise, mas bastante desconfortáveis, e tem-se notado isso na equipa, para lidar com a exigência que acabamos por ter».

[Que sinais a equipa tem dado? Motivação do plantel para dar a volta?] «A minha motivação é enorme, a dedicação ao trabalho é muita e os jogadores estão alinhados com essa motivação; não é só minha, é de todo o grupo. Temo muita confiança no que fazemos. A verdade é que esta tem sido uma fase em que há intranquilidade, dificuldade de um outro jogador em lidar com esta exigência, e estamos uns furos abaixo em termos exibicionais.»

[Pior jogo desde que está?] «Foi o jogo que mais me custou. Pelo resultado, pela contestação, também tenho sentimentos e percebo isso. O meu papel é perceber, aceitar as críticas e a contestação, porque acho que é justo. Até ao terceiro golo os adeptos estiveram sempre com a equipa, tentaram empurrar a equipa quando precisou, nós, equipa, não estivemos à altura dos adeptos hoje. Foi o que mais me custou, por estar em casa, por não corresponder às expetativas».

[Condições para continuar?] «Com toda a certeza».

[Intranquilidade da equipa] «É o que estamos a tentar descobrir, para anular esse aspeto que tem sido mais penalizador. Há fatores anteriores à conquista do título, um resultado difícil de aceitar em casa, derrotas com Benfica e Porto, falei convosco que teríamos um mês de janeiro com grande exigência. Estes ciclos, quando compactados, podem fazer uma equipa explodir ou abater. Vai desgastando, tudo isto faz com que pese e hoje esta equipa não tenha sido a que vimos jogar em jogos anteriores, para o campeonato, para a Liga dos Campeões. Daqui a três dias vamos ter já um jogo difícil cm o Farense, faz parte do nosso trabalho, temos de olhar para o que temos pela frente, levantar a cabeça. Tombámos hoje, mas temos de nos mostrar capazes de nos levantar. É um desafio difícil para nós, muitos mais difícil do que estava há duas atrás, mas pode ser desafiante».