Tremeu, perdeu a vantagem que trouxe da Islândia, mas no fim fez prevalecer a sua superioridade. O Sp. Braga ultrapassou o FH Hafnarfjordur com um triunfo por três bolas a duas no jogo da 2ª mão do paly-off de acesso à fase de grupos da Liga Europa. Os arsenalistas estiveram por duas vezes em desvantagem, mas conseguiram operar a reviravolta no marcador com um bis de Paulinho e um golo do estreante Dyego Sousa.

Com quatro alterações na equipa, previsíveis até pela gestão que Abel Ferreira fez na Vila das Aves, o Sp. Braga começou por complicar uma eliminatória que veio bem encaminhada da Islândia depois do triunfo por duas bolas a uma em casa do FH Hafnarfjordur.

O conjunto bracarense entrou amorfo, jogando a um ritmo muito baixo e, apesar de Abel ter adiantado em conferência de imprensa que o objetivo era a vitória, o que é certo é que os minhotos não fizeram mais do que tentar gerir a vantagem construída na 1ª mão.

A jogar de forma muito física e prática, com limitações visíveis a nível técnico mas com muita crença, o FH Hafnarfjordur foi somando avisos, pouco expressivos, mas a fazer abanar a estrutura da equipa da casa.

Avisos que se traduziram em golo ao minuto dezasseis. Na sequência de um lance de bola parada, uma das armas a que os islandeses se podia agarrar para acreditar nos vinte por cento que o técnico Gudjonsson conjeturou no lançamento do jogo, Bodvarsson adiantou o FH Hafnarfjordur no marcador.

Balde de água fria na pedreira, eliminatória igualada, ainda que com supremacia do Sp. Braga em virtude do maior número de golos apontados fora. Espicaçado pelo golo sofrido, o Sp. Braga acordou e aumentou o ritmo, correndo atrás do prejuízo. Passou a ter mais bola e a dominar territorialmente, como que envergonhado pela desvantagem.

Uma aceleração de Stojiljkovic na esquerda, servindo depois Paulinho que estourou de primeira, igualou o encontro a seis minutos do intervalo, fazendo os arsenalistas puxar dos galões como equipa superior que são.

Mas a intermitência exibicional, a juntar à alternância de ritmo, fez a eliminatória tremer. Voltou a vir ao de cima o afinco dos islandeses, servido com doses de crença. Depois do descanso o FH Hafnarfjordur encostou-se à área do Braga, sem futebol vistoso, mas com capacidade física, conseguindo lances de bola parada passiveis de criar perigo.

Foi assim que em apenas seis minutos Bodvarsson voltou a fazer estragos. Novamente numa bola parada, num canto, Matheus ainda evitou quase que de forma milagrosa o empate na eliminatória, mas nada pôde fazer com a recarga de cabeça do lateral esquerdo.

Pôs-se numa situação escusada o Sp. Braga, mais por culpa própria do que propriamente por mérito do adversário, o bicampeão islandês, que demonstrou carências a vários níveis. A equipa de Abel Ferreira tem alternado entre rasgos de genialidade e momentos incompreensíveis de apatia.

Valeu o pé esquerdo de Paulinho a mostrar o caminho e a cabeça do estreante Dyego Sousa para atirar o Sp. Braga para a fase e grupos da Liga Europa. Já com o brasileiro em campo Paulinho fez o segundo da sua conta pessoal ao corresponder precisamente a um cabeceamento de Dyego Sousa e foi depois o próprio avançado contratado ao Marítimo a aproveitar uma fífia do guarda-redes Nielsen para acabar com as dúvidas.

O Sp. Braga está na fase de grupos, mas tal como aconteceu diante dos suecos do AIK, também perante os islandeses do FH Hafnarfjordur nãos e livraram de um susto escusado. Não era preciso sofrer tanto. Não era preciso complicar tanto.