Em estreia na Liga Europa após cair da Liga dos Campeões – onde se bateu com equipas como Real Madrid e Nápoles – o Sp. Braga foi goleado na pedreira pelo Qarabag (2-4), reduzindo drasticamente as possibilidades de seguir em prova. Perdida em campo, com muita contestação a Artur Jorge, a equipa arsenalista encaixou três golos na segunda metade após recuperar de uma primeira desvantagem em cima do intervalo.

Após ser goleado nas competições internas ao perder 5-0 em Alvalade, o o Sp. Braga tinha um antídoto externo para servir de analgésico à dor interna. Mas, cabisbaixa, mesmo com Niakaté e Banza regressados da CAN, a equipa bracarense foi previsível e expôs-se perante a organização, e qualidade, dos azeris.

O ambiente ficou tenso na pedreira, com contestação visível a Artur Jorge e à equipa. A jogar pela segunda vez em Portugal, o conjunto do Azerbaijão rubricou uma exibição personalizada, com organização e rasgos que, mesmo consentidos pela equipa portuguesa, não deixaram de revelar qualidade.

Bolas paradas desencaixam

Com quatro jogadores no onze que já passaram pelo futebol português, os líderes do futebol do Azerbaijão apresentaram-se na pedreira reconhecendo a valia do Sp. Braga, mas dispostos a usar das suas armas para se baterem pelo resultado. Deram sinais disso mesmo chegando ao golo a meio da primeira na transformação de uma grande penalidade, por Jankovic.

Ia tendo mais bola de forma mais incisiva o conjunto português – já tinha antes de estar em desvantagem – num cenário que se acentuou com o golo sofrido. O conjunto de Artur Jorge até chegava a terrenos adiantados, mas a definição não era a melhor e vários lances que até podiam ser perigosos acabaram por se perder.

Na reta final do primeiro tempo, no último minuto, os bracarenses chegaram ao empate também na sequência de um lance de bola parada. Zalazar bate o canto na direita, Niakaté ganha nas alturas, mas vê Jankovic intercetar na linha de golos, sendo Banza, oportuno, a finalizar para o fundo das redes.

Descalabro num quarto de hora: três golos sofridos

O Sp. Braga tentou capitalizar na segunda metade o golo marcado em cima do intervalo, entrando por cima no reatar do jogo. Mas, tratou-se de um pressing muito forçado e sem convicção, que rapidamente foi anulado pelo Qarabag, que se lançou depois em contragolpes letais. Resultado: num quarto de hora fez três golos e provocou uma espécie de hecatombe na pedreira.

Dois golos ainda foram retardados, sendo preciso o VAR anular os lances de fora de jogo assinalados no relvado. Zoubir marcou um primeiro golo na sequência de um livre e fechou a contagem, com um remate certeiro de Juninho – ex-Chaves – pelo meio, sem que o Sp. Braga conseguisse reagir à estocada. No espaço de quatro dias os bracarenses encaixam nove golos e pareceram perdidos em campo.

Um golo já nos descontos, de penálti por João Moutinho, atenua o cenário. Dentro de uma semana o Sp. Braga tem uma tarefa hercúlea, a quase 6 mil quilómetros de distância, para reverter a eliminatória. Líder destacado do campeonato do Azerbaijão, o Qarabag faz uma gracinha em Portugal, impondo um cenário de crise na pedreira.