Sem representantes portugueses entre as 16 equipas que resistem – o que acontece pela primeira vez desde 2006 – a Liga Europa define nesta quinta-feira os protagonistas dos quartos de final. Mas se não há emblemas lusos na corrida, depois da eliminação do Sporting com o Wolfsburgo, há ainda, entre técnicos e jogadores, dez portugueses que ambicionam pôr as mãos no troféu, na final de Varsóvia, a 27 de maio.



Três deles – Diogo Figueiras, Daniel Carriço e o lesionado Beto, que não compete desde 4 de fevereiro – podem fazê-lo pelo segundo ano consecutivo, e estão em excelente posição para o conseguir. O Sevilha, detentor do troféu, foi a equipa que conseguiu melhor resultado na primeira mão, impondo-se por 3-1 em casa do Villarreal. A reviravolta não é impossível, mas altamente improvável. O momento de forma das equipas tem sentidos opostos: o Sevilha está invicto há cinco jogos, e ainda não perdeu qualquer partida oficial em casa nesta temporada. Já o Villarreal, sem os lesionados Soriano e Cheryshev, soma apenas uma vitória nos últimos cinco jogos. E nos 17 jogos oficiais que fez em Sevilha, só por uma vez, em 1999, conseguiu um desfecho que lhe evitasse a eliminação.



Antes disso, os primeiros portugueses a conhecer o destino na prova entram em ação pelas 18 horas: o Dínamo Kiev, com Antunes (que se estreou a marcar no último jogo) e Miguel Veloso, está a um golo do apuramento, depois de ter deixado fugir uma situação de vantagem em casa do Everton (1-2). O passado recente vai desapontar um dos dois: o Everton não perde fora de casa há quatro jogos, e o Dínamo Kiev, invicto no seu campo, venceu os últimos quatro jogos europeus por resultados que lhe valeriam o apuramento. Belhanda e Makarenko são as baixas nos ucranianos, enquanto o Everton está pior: privado de Hibbert, McGeady e Oviedo, tem ainda Pienaar em dúvida.



Se o Dínamo Kiev vai ter de dar a volta em casa a uma desvantagem de um golo, outra equipa ucraniana está na situação inversa: o Dnipro, com o português Bruno Gama, vai a Amesterdão tentar defender o 1-0 do primeiro jogo. Tarefa duplamente complicada, pela qualidade do Ajax, único campeão nacional ainda em prova, e pela sucessão de baixas, com três habituais titulares suspensos e outra três lesões de média duração. A epidemia é tal que nem o técnico principal escapa: Myron Markevych, doente, não viajou para Amesterdão, sendo substituído pelo seu adjunto, Alexandr Ivanov.



Enquanto o Dnipro parece condenado a sofrer, já o Zenit, de André Villas-Boas, Neto e Danny, tem a situação bem mais desafogada na visita a Turim: o 2-0 da primeira mão obriga a pensar num cataclismo para deixar fora de prova o líder da Liga russa, que é também um dos principais favoritos à conquista do troféu. Para já, o Zenit soma por vitórias – e sem golos sofridos... - os três jogos que fez na competição, depois da participação na Liga dos Campeões. Se confirmar o favoritismo e o apuramento, este será, desde já, o seu melhor desempenho europeu desde 2008, ano em que os russos venceram a Taça UEFA, batendo o Rangers na final. E, curiosidade extra, André Villas-Boas é, a par de Rafael Benitez e Unai Emery, um dos três técnicos em prova que já ergueram a Taça.



O último português a entrar nestas contas é Vieirinha, que com o seu Wolfsburgo foi carrasco do Sporting na ronda anterior. Os alemães vão a Milão defender dois golos (3-1 na primeira mão) perante um Inter distante dos seus tempos de glória. Nagatomo e Shaqiri são baixas nos italianos, enquanto os alemães perdem, por castigo, o central brasileiro Naldo, que deu início à reviravolta no primeiro jogo. Mas a dupla De Bruyne-Bas Dost é sempre promessa de veneno no contra-ataque, além de que a solidez defensiva dos homens de Dieter Hecking se traduz em apenas um golo sofrido nos últimos quatro jogos europeus.



A ronda fica completa com mais três jogos, nenhum deles com intervenção de portugueses. Às 17 horas, em Moscovo, o Dínamo vai tentar anular um défice de dois golos (3-1), diante do Nápoles, outro dos grandes candidatos a fazer a festa em Varsóvia. Mais italianos às 18, com o Roma-Fiorentina, uma das duas eliminatórias «domésticas» destes oitavos – a outra é o Sevilha-Villarreal. Em queda livre na Série A, onde já desistiu de lutar pelo título e tem o segundo lugar ameaçado, a equipa da capital parte com favoritismo, em especial depois do 1-1 na primeira mão. Os «viola», por seu lado, contam com Salah em superforma e com a recuperação de Mario Gomez para causar surpresa no Olímpico. Por fim, às 20.05, em Istambul, o novo líder da Liga turca, o Besiktas, recebe o Brugge, campeão belga da fase regular. Tarefa muito complicada para os homens de Michel Preud'homme, com um tangencial 2-1 para defender num ambiente infernal.

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