Como um pai olha para um filho.

É quase desta forma que o Manchester United encara a Liga Europa. Com o apuramento para a Liga dos Campeões via Premier League a afigurar-se como uma tarefa cada vez mais hercúlea (red devils são quintos no campeonato), a segunda competição mais importante de clubes da UEFA assume-se agora como um objetivo primário da equipa de José Mourinho.

Aqui não há espaço para sobrancerias ou atos discriminatórios. A Liga Europa, outrora olhada de soslaio por parte das equipas de Terras de Sua Majestade, é hoje a menina dos olhos dos «red devils». Transformou-se na sua principal via-rápida para o regresso ao convívio dos grandes do Velho Continente.

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E o destino está cada vez mais próximo para os «red devils», que nesta quinta-feira estiveram perto e deixar a Bélgica com os quartos de final quase decididos, mas permitiram o empate nos últimos minutos.

Sem muitas mexidas no onze habitual (Mourinho fez três alterações em relação ao último jogo), o Manchester United resistiu a uma melhor entrada dos anfitriões em campo. Depois de um primeiro quarto de hora em que raramente chegou à área belga, o conjunto de Mourinho começou a encontrar espaços para criar desequilíbrios, quase sempre em transições rápidas.

Aos 18 minutos, Lingard acertou no poste esquerdo numa recarga a remate de Ibrahimovic. Os «red devils» cresciam e o Anderlecht, demasiado refém da inspiração de Tielemans e de Acheampong, perdeu gás.

Foi, por isso, sem grandes surpresas que o Manchester United chegou ao golo. Numa segunda vaga após tentativa de Rashford, Mkhitaryan fez o 1-0 para os ingleses.

A vida corria bem a Mourinho e companhia que, tirando um ou outro susto esporádico, controlaram as operações nos segundos 45 minutos e, ainda que apresentassem um futebol pouco vertical, tiveram oportunidades para dilatar a vantagem e entrar para o jogo de Old Trafford com a eliminatória praticamente decidida.

Aos 83 minutos, Pogba falhou uma soberana ocasião na cara do guarda-redes de um Anderlecht que parecia já estar rendido ao maior poderio dos visitantes.

Parecia.

É que, a poucos minutos do fim, quando o conjunto belga parecia já ter erguido a bandeira de rendição, os «red devils» foram surpreendidos quando o triunfo parecia não ser mais do que uma mera questão protocolar.

Dendoncker, que tinha passado despercebido durante grande parte dos 86 minutos anteriores do jogo, foi lá acima e, de cabeça, deu a extensão perfeita a um cruzamento teleguiado de Obradovic da esquerda para fazer, no único remate à baliza em todo o jogo, o empate que mantém viva a esperança belga.