O Manchester United venceu a Liga Europa 2016/17 e garantiu desta forma o apuramento para a próxima edição da Liga dos Campeões (0-2). O jovem Ajax não encontrou argumentos para se superiorizar a um adversário experiente, montado por um José Mourinho letal em finais europeias: quatro vitórias em quatro jogos.

Depois de FC Porto (Taça UEFA e Liga dos Campeões) e Inter de Milão (Liga dos Campeões), o treinador português leva o Man. United à glória europeia. Tal como Rafael Benítez e Udo Lattek, conquistou troféus do Velho Continente por três clubes diferentes.

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Este é o primeiro título continental para o Manchester United desde a saída de Alex Ferguson, que conquistara a Liga dos Campeões em 2008, superando nos penáltis o Chelsea, após golos de Cristiano Ronaldo e Frank Lampard no jogo corrido.

A Liga Europa surge como cereja no topo de um bolo que não satisfazia por completo os adeptos, face ao 6º lugar na tabela classificativa da Premier League.

Pogba inaugurou o marcador com alguma felicidade – desvio em Sánchez, traíndo Onana – logo ao 18º minuto de jogo, a entusiasmante ofensiva do Ajax foi anulada pelos «red devils» e Mkhitaryan cavou o fosso após o intervalo, na sequência de um pontapé de canto.

Matthijs de Ligt bateu um recorde de João Moutinho (na altura do Sporting), passando a ser o mais jovem participante de uma final da Taça UEFA/Liga Europa: 17 anos e 286 dias.

O Ajax foi inconsequente e Dolberg, por exemplo, passou ao lado do encontro. O goleador holandês mal tocou na bola e foi substituído por David Neres ao minuto 62.

No Manchester United, José Mourinho encontrou boas soluções para compensar as ausências de Zlatan Ibrahimovic, Marcos Rojo, Ashley Young e Luke Shaw.

Henrikh Mkhitaryan, por exemplo, foi o amulet dos «red devils» na competição e voltou a demonstrar a sua utilidade. O arménio marcou o seu sexto golos em onze jogos europeus na presente temporada. Paul Pogba marcou o seu terceiro.

Juan Mata jogou de início, por troca com Lingaard, mas o que se destacou no Manchester United foi a forma como bloqueou o jogo ofensivo do adversário. Tudo começou a meio-campo, com Fellaini e Pogba, passou pelos centrais e até pelos laterais, com destaque para Darmian, que tapou o influente Bertrand Traoré.

O jogo em Estocolmo não começou sem a justa homenagem às vítimas do atentado de Manchester.

Após o apito inicial, assistiu-se a maior conforto do United sem um ascendente claro. O golo chegaria com alguma fortuna, com Pogba a rematar de pé esquerdo, contando com o desvio de Sánchez para enganar Onana.

A perder e obrigado a atacar, o Ajax sentia dificuldades para encontrar buracos na estratégia inglesa e tinham de ser os centrais (Sánchez e De Ligt) a sair a jogar. Sem grandes resultados práticos, como seria de esperar.

Ao intervalo aceitava-se a diferença no marcador e nem a ambição demonstrada pelos holandeses no reatamento alterou o cenário desta final. Os «red devils» tiraram o máximo proveito de um pontapé de canto e ampliaram para 0-2.

Canto na direita, Smalling a desviar de cabeça e Mkhitaryan, de costas para a baliza, a tocar de pé direito, de forma inteligente, para o fundo da baliza.

Peter Bosz sentia o jogo a escapar mas não encontrou alternativas. Começou por refrescar a frente de ataque, trocando o inoperante Dolbert por David Neres. Porém, o que nasce torto dificilmente se endireita e esta era uma final perdida para o Ajax. Houve demérito, sim, mas sobretudo inexperiência.

O Manchester United de José Mourinho foi mais inteligente, soube controlar os vários momentos do jogo e construiu o seu sucesso em cima do golo feliz de Pogba. Triunfo justo e natural.