O Manchester United foi superior ao Anderlecht nos quartos de final da Liga Europa. Porém, a formação belga resgatou um empate em casa e obrigou a equipa de Mourinho a prolongamento em Old Trafford. Marcus Rashford arrumou com a questão a caminho das duas horas de jogo (2-1).
Os «red devils» foram obrigados a horas-extra devido a uma tremenda dose de ineficácia ofensiva. O Anderlecht soube discutir o apuramento para a próxima eliminatória, colocou problemas talvez inesperados pelos ingleses mas impediu a lógica no final.
José Mourinho teve de lidar com as leões de Marcos Rojo e Zlatan Ibrahimovic. Fez apenas uma substituição não forçada e acertou em cheio. Fellaini trouxe maior critério e teve um papel fundamental no jogo aéreo ofensivo. Fez aliás a assistência para o 2-1 decisivo.
Apuramento garantido com sofrimento e carga física para os jogadores do United. Fica um louvor para o Anderlecht pela incerteza até ao minuto 105.
Mourinho fez quarto alterações no onze do Manchester United, em relação à vitória frente ao Chelsea (2-0). Regressou antes de mais Zlatan Ibrahimovic, como seria de esperar. Mas também Mkhitaryan, autor do golo dos «red devils» na Bélgica.
Luke Shaw e Michael Carrick também regressaram à titularidade, com os sacrifícios de Darmian, Young, Herrera e Fellaini.
O Manchester United quis assumir a iniciativa de jogo mas foi surpreendido pela boa entrada do Anderlecht. Um sinal para o que acontecia mais tarde no relvado de Old Trafford.
Mkhitaryan voltou a assumir-se como o senhor Europa no clube inglês. Ao décimo minuto de jogo, Pogba faz um passe soberbo e Rashford recebeu à esquerda, encaminhando para o arménio. À entrada da área, Henrikh Mkhitaryan dominou e atirou rasteiro para o 1-0.
A equipa de José Mourinho parecia lançada para um resultado esmagador. Nos minutos seguintes, Rúben Martínez fez defesas fantásticas para negar os golos de Pogba e Lingard.
A lesão de Marcos Rojo surgiu antes da resposta do Anderlecht. Acheampong desperdiçou um lance em que o argentino já demonstrava limitações físicas mas a formação belga viria a empatar ainda na primeira parte. Blind substituiu Rojo, que saiu em maca.
Foi o capitão Sofiane Hanni a assinar o 1-1, ao minuto 32. Tielemans atirou à trave, Teodorczyk não conseguiu dominar a bola na área mas logo atrás surgiu Hanni a encontrar o caminho para a baliza do Manchester United.
Os «red devils» foram castigados pela falta de eficácia após o primeiro golo e por algum relaxamento perante a atitude demonstrada pelo Anderlecht a caminho do intervalo.
A equipa belga manteve a toada no reatamento. Quis manter a baliza de Sergio Romero no seu horizonte e não deixou de causar alguns problemas. Porém, as melhores oportunidades pertenceram ao Man. United, embora a pressão crescente dos ingleses não tivesse redundado em efeitos práticos.
O que se segue é a mera enumeração dos sucessivos lances de perigo criados pela formação orientada por José Mourinho: ao minuto 49, Lingard não chegou a um passe de Shaw. Ao minuto 64m, Rashford atirou ao lado. Logo depois, novamente Rashford a desaproveitar uma enorme oferta de Appiah.
Ao minuto 77 foi Paul Pogba a desviar por cima, na sequência de um pontapé de canto. Aos 81, Zlatan Ibrahimovic recebeu de Carrick e atirou para fora. Já perto do fim, foi o sueco a servir Rashford para a terceira oportunidade desperdiçada pelo inglês.
Mourinho mexeu com uma hora de jogo. Tirou Lingard para lançar Fellaini. Foi a única mexida não forçada do treinador português, já que Ibrahimovic viria a sair por lesão antes do arranque do prolongamento.
Pelo caminho houve um bom Anderlecht, que soube ir reagindo às adversidades. Obradovic e Tielemans ainda ameaçaram o golo no prolongamento, mas o sinal mais pertenceu sempre ao Manchester United e com o tempo surgiria o desfecho natural para o encontro.
Paul Pogba tentou de pontapé de bicicleta e, ainda na primeira parte do tempo extra, viu um golo anulado por falta de Fellaini sobre Spajic. Seria o mesmo Fellaini, porém, a surgir na área contrária para servir Rashford para o 2-1 final.
No início da segunda parte do prolongamento, uma bola levantada para a área do Anderlecht encontrou a farta cabeleira de Felliani. Rashford conseguiu ganhar espaço a Mbodji e, com um belo toque de calcanhar, tirou Dendoncker do caminho. À enésima oportunidade, o jovem inglês bateu Rúben Martínez.
Vitória sofrida mas coberta de justiça para o Manchester United de José Mourinho.
