Foi um Manchester United que começou por ser pragmático e que depois teve de sofrer que confirmou a qualificação para a final de Estocolmo, a quarta de José Mourinho [sem contar com as Supertaças], com um empate diante do Celta (1-1) que abre a possibilidade ao clube inglês de conquistar o único troféu que falta nas galerias de Old Trafford e, talvez mais importante, abre caminho para, na próxima época, jogar na Liga dos Campeões, caso vença o Ajax, na final. A equipa inglesa esteve confortável em boa parte do jogo, mas acabou com o coração nas mãos, com Guidetti a ameaçar um segundo golo no minuto de compensação que terá deixado Mourinho com os cabelos ainda mais brancos.

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Diante de um Celta atrevido, decidido a virar a eliminatória no Teatro dos Sonhos, a equipa de José Mourinho foi pragmática na primeira parte e até dobrou a vantagem que trazia de Vigo com um golo de Fellaini, mas depois colocou-se a jeito no segundo tempo e tremeu que nem varas verdes na etapa complementar, depois de Roncaglia empatar o jogo, a cinco minutos do final, e deixar os galegos a um golo de Estocolmo.

Mas vamos por partes. Tanto José Mourinho como Eduardo Berizzo recuperaram os onzes do jogo de Vigo, depois de terem poupado nove jogadores no fim-de-semana, para o jogo que valia a presença na final. Os galegos, obrigados a recuperar da derrota em casa (0-1), entram mais afoitos, com Iago Aspas em plano de destaque, sobre a direita, a colocar muitas dificuldades a Blind.

Com o dinamarquês Sisto também muito ativo no meio-campo, a equipa galega tinha mais bola e assumia a iniciativa do jogo diante de um United retraído, com pouca capacidade de resposta. Talvez por isso, Rashford tenha surpreendido toda a gente quando, aos 17 minutos, cruzou da esquerda para as costas de Sergio Álvarez e Pablo Hernández, onde surgiu Fellaini, sem marcação, a cabecear para as redes vazias.

O United dava aqui um passo significativo para a final e  ganhava ascendente no jogo, com os galegos a acusarem o golo consentido e a permitirem novas oportunidades, com Mkhitaryan e Rashford a aparecerem no jogo. Até ao intervalo o Celta ainda criou duas oportunidades, primeiro num remate de Pablo Hernández de fora da área, depois com uma cabeçada do ex-benfiquista Daniel Wass, mas o United parecia ter, nesta altura, o jogo sob controlo.

Eduardo Berizzo deixou Wass nos balneários para o início da segunda parte, lançou Jozabed e o Celta voltou a entrar forte, com Sisto a lançar Mallo sobre a direita e o lateral a cruzar tenso. Valeu ao United uma estirada de Romero a tirar a bola dos pés de Guidetti. O United voltava a recuar, permitindo ao Celta maior posse de bola e jogar por largos minutos junto à área de Romero. A equipa de Mourinho procurava o contra-golpe e, desta forma, matar o jogo com um segundo golo. Rashford e Fellaini voltaram a estar muito perto de marcar, mas eram os galegos que estavam por cima do jogo.

A cinco minutos do final, Bongonda cruzou da direita e Roncaglia, sem qualquer oposição, cabeceou para as redes de Romero. A defesa do United ficou a dormir, mas teve de acordar logo a seguir, uma vez que a eliminatória estava agora mais aberta do que nunca, com os galegos a um golo de Estocolmo. Logo a seguir, um puxão de orelhas de Bailly a Guidetti gerou um enorme «sururu» a meio do campo, Roncaglia reagiu com um empurrão, Valencia também se meteu ao barulho e o árbitro resolveu a contenda com um vermelho para cada lado: Bailly e Roncaglia.

A tensão prosseguiu para lá dos noventa minutos, até aos 96, com enorme sofrimento de Mourinho junto à linha lateral. Já nos últimos instantes, depois do treinador português pedir aos suplentes que viessem para a linha, para depois se juntarem aos companheiros nos festejos, Guiddetti ainda ameaçou um segundo golo, mas o jogo acabou logo a seguir.

O Manchester United vai, assim, defrontar o Ajax, no próximo dia 24, em Estocolmo, à procura de conquistar o único troféu que nunca venceu.