Marco Silva: «Acabámos por nem conseguir vencer»

Marco Silva, treinador do Sporting, depois do empate com o Wolfsburgo (0-0) no Estádio de Alvalade, em jogo da segunda mão dos 16 avos de final da Liga Europa.

[O treinador do Wolfsburgo diz que Benaglio foi decisivo. Concorda?]
- Tenho de concordar. A eficácia é fundamental e a este nível faz toda a diferença. A nossa pouca eficácia neste jogo foi decisiva, como já tinha sido já na Alemanha, onde tivemos pelo menos duas oportunidades. Hoje foram seis ou sete oportunidades, algumas com mérito de Benaglio, outras com sorte do adversário. Tenho de concordar que foi fundamental em relação ao jogo e à eliminatória.

[Ambiente no balneário]
- Há uma grande desilusão no balneário, como é normal. Fizemos num grande jogo, tenho de dar os parabéns aos jogadores. Até aos 75 minutos fizeram um grande jogo, depois na etapa final já nem tanto. Não é fácil controlar o jogo fazendo uma pressão alta como fizemos. Tivemos um enorme desgaste frente a uma grande equipa. Corremos riscos, sabíamos que o resultado estava desfavorável e sabíamos que um golo nos colocaria ainda mais a discutir a eliminatória. Acabámos por nem conseguir vencer, num jogo em que tivemos seis/sete oportunidades para marcar e vencer o jogo.

[Impacto da eliminação da Liga Europa]
- Estamos satisfeitos com o comportamento da equipa, não merecíamos o resultado. Defendemos bem a nossa causa hoje, mas sem conseguir o resultado que nos permitia continuar na competição. Mas há outras competições que temos pela frente. O único impacto que posso ver é o impacto físico. Há muito pouco tempo de recuperação, vamos ter um clássico no domingo, mais um grande jogo de grande intensidade, mas o único impacto do jogo de hoje é a questão física. Se mostrarmos esta capacidade no domingo estaremos muito próximo de conseguir uma bom resultado.

«Regresso de Slimani não foi prematuro»

[Regresso de Slimani]
- Não foi um regresso prematuro. Estava disponível para estar convocado. Foi algo que estava planeado. Fomos vendo dia a dia a condição da sua lesão. Sabíamos que não seria possível jogar mais de 30/40 minutos. Não teve com uma entrada prematura. Vai ter de ganhar condição física necessária para poder durar mais minutos.

[O que retira de positivo para o clássico]
- Há sempre aspetos para melhorar, faz parte de um processo que fazemos sempre. Nem sempre quando há vitórias está tudo bem, nem quando há derrotas está tudo mal. Não podemos esquecer o poderio do adversário de hoje, basta ver o campeonato que está a fazer na Bundesliga em que há uma equipa à parte, que é o Bayerm, depois logo a seguir está o Wolfsburgo. Basta olhar também para o poder que tem no mercado, estamos a falar de uma realidade completamente diferente, com um poder financeiro muito acima do nosso. Mas a nossa equipa mostrou um nível altíssimo, coletivamente estivemos muito bem. Temos muitas coisas boas para levar daqui para a frente.

[Eliminatória decidida na segunda parte do primeiro jogo?]
- Foi nessa altura que perdemos o jogo e sofremos os golos. Já analisámos esse jogo, percebenos que foi nessa altura que o Wolfsburgo teve as primeiras oportunidades. Hoje tivemos um chorrilho de oportunidades e não conseguimos marcar. O Wolfsburgo aproveitou as oportunidades do primeiro jogo, hoje não conseguimos fazer o mesmo.

[Jefferson fez falta hoje?]
- Já falei sobre essa questão, não vou fazer mais comentários.

[Ansiedade na hora da finalização?]
- O Benaglio fez pelo menos uma grande defesa, aquela do remate do William, é uma defesa de grande nível. Mas percebo que falem em alguma ansiedade, sentiu-se. Quanto mais rápido chegássemos ao golo, mais depressa a eliminatória era possível. Quando as oportunidades começam a passar, com bolas no poste, defesas de Benaglio, tivemos cerimónia a mais. Tenho de concordar com isso. Por vezes acontece. Quando jogamos a este nível, há equipas que com duas oportunidades fazem dois golos, nós tivemos seis ou sete e não fizemos nenhum. A falta de eficácia paga-se caro nestas competições e nós pagámos por isso.