Mário Figueiredo esteve esta terça-feira na TVI para falar sobre a polémica com os placards publicitários nos estádios e não fugiu à questão do momento: a polémica em volta de Bruma.

O presidente da Liga de Clubes garantiu por exemplo que esta decisão da Comissão Arbitral Paritária não altera nada: não vai aceitar contratos de menores com mais de três anos.

«Obviamente que não», sublinhou. «Não me vou pronunciar sobre o caso concreto, mas o que eu posso dizer é que está claro nos regulamentos da FIFA que um menor não pode negociar um contrato superior a três anos.»

A decisão sobre Bruma reiterou de resto a vontade de Mário Figueiredo em alterar a composição da Comissão Arbitral Paritária.

«É entendimento da Liga de Clubes que devemos renegociar o contrato coletivo de trabalho para que se proceda à nomeação de uma nova Comissão Arbitral Paritária», revelou.

«A composição da atual CAP não revê o que são as partes de um contrato: eu pelo menos não vejo que os três juízes que estão em nome da Liga de Clubes representem de alguma forma a Liga ou a sua composição.»

Nesta entrevista à TVI, Mário Figueiredo falou de outras questões e garantiu que a publicidade atrás das balizas, nos jogos da Liga, que tanta polémica tem criado, é para manter.

Recorde-se que vários clubes se têm manifestado contra esta obrigatoriedade e José Eduardo Simões, presidente da Académica, revelou até que foi ameaçado de que o jogo com o Sporting não se realizaria se não fossem colocados os placards publicitários a um patrocinador da Liga.

Mário Figueiredo recordou que até aqui a Olivedesportos tinha o monopólio da publicidade nos estádios, mas que aquele espaço atrás da baliza está consagrado nos regulamentos como pertencendo à Liga de Clubes desde 2005.

A partir daí a Liga vai utilizá-lo, garante.

«Quando se está a tentar deitar abaixo uma situação de abuso e mopólio, o que está em causa não é a defesa do clube A, clube B ou clube C, estamos a tentar defender os clubes no todos. Desde 2005 que aquele espaço se destinava a utilização por parte da Liga de Clubes», referiu.

Por fim Mário Figueiredo garantiu que não é verdade que não posso recandidatar-se à presidência da Liga de Clubes. «O alargamento dos quadros competitivos está em vias de se completar», referiu.

«Por outro lado, há o desmontar desta posição monopolista ao nível dos direitos comerciais da competição e há o aumento das receitas dos clubes: quando essas duas matérias estiverem concretizadas, naturalmente que tenho a missão cumpridas.»

Lembrando que «há neste momento uma queixa na Alta Autoridade para a Concorrência», Mário Figueiredo garantiu que «enquanto sentir que posso contribuir para a sustentabilidade dos clubes, vou continuar».