Estádio AXA, em Braga. O minuto 68 está a acabar. O Sp. Braga perde por dois golos com o Beira Mar e carrega às cegas, procurando encurtar distâncias. Perde a bola em situação ofensiva e paga a factura à sofreguidão, permitindo um contra-ataque de três para dois.

Artur conduz pelo meio, Ronny abre uma linha de passe à direita, o recém-entrado Ruben Lima sprinta pela esquerda. Impressiona a ausência de camisolas vermelhas no enquadramento: o Sp. Braga está partido em dois e já não disfarça a desorganização. O passe de Artur sai para a direita, fora do alcance de Vandinho, e Ronny, embalado, remata de primeira, entre Felipe e o seu poste esquerdo.

Com 0-3, a surpresa assume foros de escândalo. A reacção de orgulho dos minhotos ainda vale dois golos, mas já não vai a tempo de impedir a primeira derrota caseira na era Domingos. É uma fortaleza tomada de assalto, pela inspiração de Artur, primeiro jogador da Liga a somar três assistências num jogo, e pela eficácia goleadora de Ronny.

Apesar de moralizado pela vitória em Belgrado, a meio da semana, o Sp. Braga não resiste à razia de lesões que lhe destroem a consistência defensiva. O clássico do Dragão começa daí a pouco, com uma certeza: as últimas ilusões de que o Sp. Braga podia discutir o título tinham ficado enterradas ali, algures entre o minuto 68 e 69.