Portugal continua a ser a nona liga na Europa em termos de geração de receitas, segundo o estudo publicado anualmente pela empresa de consultadoria da Deloitte, sobretudo graças ao bom desempenho dos clubes portugueses nas competições europeias. Apesar da crise, a liga portuguesa foi das que mais cresceram, em termos percentuais (27 por cento), no quadro europeu.

A liga portuguesa gerou 298 milhões de euros de receitas na temporada de 2011/12 [os números da última época só serão divulgados em fevereiro de 2014], o que significa um crescimento de 64 milhões de euros (27 por cento) em relação ao estudo anterior (2010/11). Os números apresentados pela Deloitte referem ainda que Portugal deve voltar a crescer depois de ter tido, pela primeira vez, três clubes na fase de grupos da Liga dos Campeões, incluindo o Benfica que acabou por chegar à final da Liga Europa em maio de 2013.

Um primeiro olhar para estes números deixa claro que, para já, o futebol continua imune à crise financeira que tem assolado o Mundo, com todas as ligas a crescerem para números recordes em termos de geração de receitas [o estudo não contempla as despesas], com as cinco grandes ligas - Inglaterra, Alemanha, Espanha, Itália e França - a apresentarem números estratosféricos [9,3 mil milhões de euros], com base nos contratos milionários das transmissões televisivas.

No total, as ligas europeias contam com uma receita de 19,4 mil milhões de euros em 2011/12, com um crescimento de onze por cento em relação à temporada anterior. Números impressionantes, embora continue a existir uma grande disparidade entre as ligas e mesmo entre os clubes das melhores ligas.

Depois das cinco grandes ligas, todas com receitas superiores a mil milhões de euros em 2011/12, surgem ainda a Rússia, a Turquia e a Holanda à frente de Portugal que podia cair mais um lugar nesta classificação se o estudo contemplasse a segunda divisão inglesa, o Champioship, que tem receitas superiores à liga holandesa, com 588 milhões de euros em 2011/12.

O estudo divide a origem das receitas em quatro pontos e no caso português, os 298 milhões de euros de 2011/12 estão divididos da seguinte forma: 49 milhões (16%) são receitas dos jogos; 75 milhões (25%) são receitas das transmissões televisivas; 62 milhões (21%) de patrocínios; e 112 milhões (38%) de outras receitas comerciais, incluindo os dividendos provenientes das competições europeias.

Além das boas prestações dos clube portugueses nas competições europeias, o estudo destaca uma decréscimo significativo nas despesas com o pessoal, particularmente nos salários dos jogadores, com os clubes portugueses a gastarem 58 por cento do que ganham em salários, quando em 2009/10 gastavam 68 por cento neste mesmo capítulo. Números positivos em comparação com as restantes ligas europeias, com a Grécia a apresentar o quadro mais negro, investindo 93 por cento das receitas que gera em salários.

As receitas das Ligas europeias:*

Premier League (Inglaterra): 2,917 mil milhões de euros (cresceu 4%)

Bundesliga (Alemanha): 1,872 mil milhões de euros (+7%)

La Liga (Espanha): 1,765 mil milhões de euros (+3%)

Série A (Itália): 1,570 mil milhões de euros (+1%)

Ligue 1 (França): 1,136 mil milhões de euros (+9%)

Rússia: 636 milhões de euros (0%)

Turquia: 444 milhões de euros (-14%)

Holanda: 434 milhões de euros (+1%)

PORTUGAL: 298 milhões de euros (+27%)

Ucrânia: 283 milhões de euros (+16%)

Bélgica: 276 milhões de euros

Grécia: 181 milhões de euros

Escócia: 176 milhões de euros

Áustria: 157 milhões de euros

Dinamarca: 160 milhões de euros

Suécia: 119 milhões de euros

*Números relativos à temporada de 2011/12.