Rio Ave e Vitória de Setúbal foram os únicos clubes que lucraram claramente com a troca de treinador, ao longo da temporada. As entradas de Carlos Brito e Carlos Cardoso trouxeram melhores resultados e acabaram por garantir a permanência no principal escalão.
Passemos aos números então, e a começar pela formação de Vila do Conde. João Eusébio orientou a equipas nas primeiras treze jornadas, somando duas vitórias e quatro empates. Deixou a equipa no penúltimo lugar e em 39 pontos possíveis arrecadou 10, o que dá um rendimento de 25,5 por cento. Depois chegou Carlos Brito, que esteve no banco em 17 jogos e alcançou seis vitórias e dois empates. Em 51 pontos que disputou, conquistou 20, o que dá um rendimento de 39,2 por cento. Para além disso, terminou a temporada no 12º lugar.
Já em Setúbal, a temporada começou com Daúto Faquirá no banco. Em 14 jogos somou três vitórias e três empates, o que dá 12 pontos em 42 possíveis. O rendimento foi de 28,6 por cento, sendo que na altura da «chicotada» a equipa sadina estava no penúltimo lugar. Carlos Cardoso orientou a equipa nos restantes 16 jogos e conseguiu quatro vitórias e dois empates. Os 14 pontos arrecadados, em 48 possíveis, dão um rendimento de 29,2 por cento. A diferença não é muita, mas Cardoso acaba por ter um registo superior, e consegue melhorar a classificação, garantindo a permanência.
Trofense e Belenenses com melhor rendimento, mas insuficiente
Se a análise for baseada apenas na comparação do rendimento dos técnicos, então podemos dizer que as «chicotadas» de Belenenses e Trofense resultaram. Mas se tivermos em conta que o objectivo passava por garantir a permanência e que esse objectivo não foi alcançado, então não se pode falar em trocas bem sucedidas.
Na Trofa, António Conceição fez as primeiras três jornadas e não somou qualquer ponto. Shéu assumiu interinamente o comando da equipa na quarta ronda, e também perdeu. Com dois registos de zero por cento, difícil seria Tulipa não fazer melhor. Em 26 jogos, o antigo técnico do Estoril conseguiu cinco vitórias e oito empates. Somou 23 pontos em 78 possíveis, o que dá um rendimento de 29,5 por cento.
Pelo Restelo passaram três treinadores, e todos com melhor registo que o antecessor. Casemiro Mior orientou a equipa nas primeiras cinco jornadas e o melhor que conseguiu foram dois empates. Fez dois pontos em quinze possíveis, o que equivale a um rendimento de 13,3 por cento. Depois chegou Jaime Pacheco, que conduziu os «azuis» em 24 jogos. O experiente técnico somou quatro vitórias e sete empates, o que dá 19 pontos em 72 (rendimento de 26,4 por cento). Rui Jorge fez os últimos dois jogos da temporada e conseguiu uma vitória e uma derrota. Três pontos em seis possíveis, que é como quem diz 50 por cento de eficácia.
Estrela e Marítimo perderam com a troca
O Estrela de Amadora não trocou de treinador por escolha própria, mas o que é certo é que perdeu com a troca. Lito Vidigal orientou os «tricolores» nas primeiras sete jornadas e conseguiu três vitórias e dois empates. Onze pontos em vinte e um possíveis, o que dá um rendimento de 52,4 por cento. Depois foi promovido Lázaro, que em 23 jogos somou cinco vitórias e oito empates. Foram 23 pontos alcançados em 69 possíveis, o que dá uma eficácia de 33,3 por cento.
No Marítimo, Lori Sandri foi afastado quando estava na sétima posição. O técnico brasileiro conseguiu oito vitórias e cinco empates em 19 jogos, o que dá 29 pontos em 57 possíveis (50,8 por cento). Carlos Carvalhal orientou o Marítimo nos últimos onze jogos e conseguiu apenas uma vitória e cinco empates. O técnico português conseguiu oito pontos em 33 possíveis (rendimento de 24,2 por cento), e terminou a temporada no nono lugar.