Por José Pedro Gomes

Foi com uma vitória arrancada ao cair do pano que o Rio Ave retomou a luta pelos lugares de acesso às competições europeias da próxima época. O duelo deste domingo com o Estoril-Praia, foi obtido nos descontos, com o tento de Hassan, já no segundo minuto de compensação, a permitir aos vila-condenses ultrapassarem os canarinhos na classificação.

O jogo acabou por ter todos os ingredientes que o público que desafiou uma tarde cinzenta e fria em Vila do Conde merecia por ter vindo até aos Arcos, assistindo a golos, expulsões, duas equipas trabalhadoras e um resultado final que manteve o suspense até ao derradeiro apito.

No relvado, os protagonistas de ambas os conjuntos entraram no jogo fazendo jus à ambição de conquistar pontos para se aproximarem dos lugares europeus mostrando uns minutos iniciais ambiciosos, com um futebol entretido onde, apesar do equilíbrio de forças, a bola circulava com facilidade.

Mas, apesar do estilo destemido, faltava em ambos lados objetividade nas saídas para o ataque, muito por força da ação dos blocos defensivos, implacáveis a destruir o jogo contrário mantendo o desafio entretido, onde o mínimo erro poderia ser fatal para qualquer lado.

Acabou por ser o Estoril o primeiro a claudicar, quando o guardião Kieszek cometeu um erro de juvenil e, numa reposição de bola «entregou o ouro ao bandido» - neste caso, a Del Valle - que não se fez rogado pela oferenda, entrando na área e, apesar de ainda esboçar um remate, ser travado por Yohan Tavares.

O árbitro Bruno Esteves não teve dúvidas em vislumbrar ação faltosa do defesa estorilista, castigando-o com vermelho direto e apontando para a marca da grande penalidade, onde o próprio Del Valle não desperdiçou o 1-0.

Em desvantagem numérica e no marcador, esperava-se uma reação mais ativa dos comandos de José Couceiro, mas acabou por ser o Rio Ave a comandar, serenamente o jogo, até o central Prince deitar tudo a perder, derrubando Sebá num contra-ataque e recebendo ordem para acompanhar Yohan Tavares, mais cedo, na bancada.

Equilíbrio à mercê de um deslize

Com os números, em campo, novamente equilibrados, a segunda parte voltou a trazer duas equipas a praticar um futebol entretido, com ambição ofensiva, mas com algumas falhas na finalização.

Tiago Pinto, com uma tremenda arrancada do meio campo, e deixando para trás três opositores, ainda tentou contrariar essa premissa, mas depois de tanto esforço o remate final acabou por ser devolvido pelo poste.

O Estoril percebeu que tinha de fazer um pouco mais para travar o atrevimento vila-condense e, paulatinamente, foi explorando a velocidade dos seus executantes para, também, levar perigo à área do Rio Ave.

Acabou, assim, por não surpreender quando aos 76 minutos, os canarinhos lograram o empate, numa jogada esboçada pelos seus elementos mais inconformados: Cruzamento de Tozé e emenda preciosa de Sebá para a reposição da igualdade.

A divisão de pontos era, a quinze minutos do final, um justo prémio para atitude das duas equipas, que, com maior ou menor dificuldade, tentavam segurar a igualdade, embora espreitando o deslize contrário.

Já nos descontos, esse deslize aconteceu para os forasteiros quando, ao ao segundo minuto de compensação, a defesa do Estoril esqueceu-se de Hassan na sua área, deixando o avançado egípcio, que o Sporting tem debaixo de olho, provar os motivos da cobiça e emendar um cruzamento de Lionn para o 2-1 final.