A festa estava anunciada. O Moreirense entrou em campo com a manutenção garantida, o Boavista podia dar um passo de gigante nesse sentido. Com o empate (1-1) ficaram-se pelo anúncio as celebrações. A equipa de Moreira de Cónegos não conseguiu o triunfo, o Boavista deu apenas mais um passo, pode ser decisivo, mas não teve as proporções desejadas.

O Boavista até entrou melhor e marcou primeiro, por Henrique, mas Iuri Medeiros assinou o momento de maior beldade futebolística do encontro. Os primeiros quarenta e cinco minutos de bom futebol não tiveram o melhor seguimento na segunda parte, jogando-se mais com emoção e sem grande qualidade.

Do lado do Moreirense agitaram-se bandeiras à entrada das equipas, festejando a manutenção carimbada com o empate de ontem (sábado) do Tondela. Do Bessa viajaram centenas de adeptos que deram um colorido especial ao topo do recinto do Moreirense, ávidos pela conquista de pontos que evite aflições nas duas últimas jornadas.

 

Cor do xadrez repartida na primeira metade

Xadrez de cores repartidas nas bancadas, a ser um espelho fiel do que se assistiu na primeira parte. Com mais a tirar do jogo, o Boavista arrancou melhor e pôr em sentido um último reduto desacertado do Moreirense criando vários lances de ataque.

A turma do Bessa chegou ao golo logo aos vinte minutos na ressaca de um pontapé de canto. Cruzamento da direita de Renato Santos a descobrir a cabeça certeira de Henrique, que bateu Stefanovic e pôs em êxtase os adeptos que preencheram a bancada atrás da baliza do Moreirense. Golo compreensível, a dar expressão às investidas de Zé Manuel e Renato Santos, sempre muito interventivos, perante um Moreirense demasiado apático.

Espevitou a equipa da casa o golo sofrido e, à boleia de Iuri Medeiros, cresceu, articulou o seu jogo e começou também a rondar a baliza da equipa de Sánchez. Resposta quase imediata, a vantagem do Bessa durou apenas oito minutos.

Que golo de Iuri Medeiros, descaído para a direita, tirou as medidas à baliza à entrada da área e disferiu um dos seus remates com selo evidente de golo, tornando o voo de Mika como um mero acessório entre o pé esquerdo de Iuri e as redes da sua baliza.

 

Emoção de todas as cores

Depois do descanso a emoção teve todas as cores em Moreira de Cónegos. Sem fases de domínio vincado de qualquer uma das equipas, os duelos ganharam virilidade e subiu a temperatura à flor da pele.

O Boavista viu ser-lhe anulado um golo por pretensa falta de Paulo Vinícius e, com as decisões cada vez mais próximas, reclamou grandes penalidade mais do que uma vez. Alfredo e Jorge Couto foram mesmo expulsos do banco de suplentes e já não viram Anderson Carvalho atirar ao ferro.

Num jogo de bola cá, bola lá, também Rafael Martins esteve na cara de Mika, mas tentou o chapéu e acabou por permitir a defesa ao guarda-redes do Boavista. Mais tensão, menos futebol no segundo tempo, fizeram com que o marcador não se alterasse.

Manutenção sem direito a grandes festejos por parte do Moreirense, que somou o 11º jogo sem vencer em casa. Mais um ponto para o Boavista, que não sai de Moreira de Cónegos com a manutenção garantida, mas dentro de horas pode ver o embate entre União e Académica ditar essa mesma sentença. Boa primeira parte, emoções a mais no segundo tempo.