Chave no pé esquerdo de Marvin Zeegelaar, porta aberta para o segundo lugar. Um remate traiçoeiro, rasteiro e muito colocado deixou o Rio Ave a um passo do topo da Liga. Passividade no primeiro tempo, competência no segundo, vitória sofrida sobre o Nacional.
Primeiro foi Cássio, a segurar dois remates perigosos dos madeirenses – Camacho e Nené Bonilha -, depois foi uma verdadeira equipa, inspirada pelo espírito piscatório, antes quebrar do que torcer, antes vencer do que cair.
Mérito, em tudo isto, também para Pedro Martins. A transfiguração total do primeiro para o segundo tempo só pode ser atribuída às palavras do treinador.
Insatisfeito, por vezes até furioso, com os passes errados, a lentidão e a permissividade do Rio Ave no primeiro tempo, o técnico não foi pelo caminho mais fácil e decidiu manter em campo os responsáveis pela pobreza da exibição: os 11 jogadores, claro.
FICHA DE JOGO E NOTAS AOS ATLETAS
O discurso fez a diferença e o sangue passou a fervilhar nas veias rioavistas.
Até aí, é justo sublinhá-lo, o Nacional teve o jogo na mão e três oportunidades excelentes para marcar: Salvador Agra atirou à barra, Camacho e Bonilha dispararam às luvas de Cássio.
Sem ter de fazer uma exibição imaculada, o Nacional controlou facilmente todos os movimentos do Rio Ave e foi aproveitando o trabalho de sapa de Soares para criar situações interessantes junto à área dos homens de Vila do Conde.
Segundo tempo, insistimos, transfiguração total. O Rio Ave tirou a maquilhagem pesada, deixou-se de intenções artificiais e fez-se à vida. De cara limpa e alma renovada.
DESTAQUES DO JOGO: Marvin, holandês velocista
Carregou, insistiu pelas alas – principalmente após a troca do desinspirado Ukra por Kayembe – e lá chegou ao golo: minuto 59, bola da direita para os pés de Marvin Zeegelaar, o holandês segura e roda sobre a marcação. Remate colocadíssimo, golo.
Confiante e já a cheirar as doçuras do segundo lugar no campeonato, o Rio Ave partiu para um final de jogo seguro e autoritário.
Manuel Machado mexeu, colocou Gustavo (outra torre) ao lado de Soares, mas sem efeitos práticos. A bola deixou de chegar à frente.
Pela transformação bem sucedida ao intervalo, o Rio Ave merece estar onde está. Olhos nesta equipa de Vila do Conde.
O segundo lugar fica-lhes bem
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