Volta a respirar-se fundo em Barcelos com o triunfo do Gil Vicente sobre o V.Setúbal (1-0). A vitória que escapava há 16 jornadas chegou este domingo, pelo pé esquerdo de César Peixoto, que converteu uma grande penalidade a doze minutos do fim quando o Gil Vicente começava a desesperar.

Desde 3 novembro que o Gil Vicente não sabia o que era vencer. E foi condicionados por este estado de espítiro que os homens de João de Deus abordaram o embate com o V.Setúbal. Inevitavelmente, o estigma sentiu-se, e de que maneira.

Com seis baixas no plantel, quatro por lesão e duas por castigo, João de Deus continuou a operar mudanças. A nota de maior destaque foi para o regresso de Keita, que não jogava desde a quarta jornada. Por sua vez, José Couceiro apostou exatamente no mesmo onze que há uma semana tinha goleado (4-0) o Paços de Ferreira.

Ora atacas tu, ora ataco eu

A primeira parte foi repartida. Sem floreados no meio-campo, as equipas recorriam a armas diferentes para tentar chegar à baliza adversária. As tentativas do Gil Vicente para bater Kieszek foram quase sempre feitas com mais coração do que cabeça, ao passo que a equipa sadina teve na energia de Zequinha e Ricardo Horta os seus melhores trunfos.

Moralizada pela boa sequência de resultados – apesar do prolongado jejum como visitante – o Vitória fez-se valer da sua maior serenidade para pegar no jogo e rondar mais vezes a baliza à guarda de Adriano Facchini. Contudo, as principais ocasiões de golo pertenceram ao Gil Vicente.

A melhor oportunidade foi conseguida por intermédio de César Peixoto, que aos 34 minutos enviou a bola com estrondo ao poste de Kieszek na cobrança de um livre direto. Perto do golo já havia estado Hugo Vieira em duas ocasiões. Primeiro foi Nelson Pedroso a cortar de cabeça em cima da linha de golo, depois foi o guarda-redes sadino a opor-se com enormes dificuldades a um chapéu, tirado a meias com um ressalto na relva.

Hugo Vieira não marcou mas cavou penálti

O passar do tempo acentuou as dificuldades gilistas. A capacidade de produzir jogadas com cabeça tronco e membros esfumou-se com o nevoeiro que assolou o Estádio Cidade de Barcelos: dos jogadores do Gil pouco mai se via do que o coração em campo. Os sadinos voltaram a entrar melhor na segunda parte mas, verdade seja dita, com lances inconsequentes. Os muitos cantos conquistados, sempre batidos à maneira curta, nunca levaram perigo à baliza de Adriano.

O golo que fez Barcelos respirar de alívio chegou já nos últimos 20 minutos: Ozéia foi imprudente na forma como travou Hugo Vieira no interior da área. Oportunidade soberana para o Gil Vicente marcar, que não foi desperdiçada por César Peixoto. O triunfo chegou de forma sofrida, já que no último minuto de jogos os sadinos ainda chegaram a festejar um golo de Pedro Tiba, de canto direto, porém a bola tinha ultrapassado a linha de fundo antes de entrar.

Festa enorme dos jogadores do Gil Vicente no fim do encontro. Novo fôlego para os Barcelenses de João de Deus, e o V.Setúbal continua com muitas dificuldades em jogar longe do Bonfim, palco de todas as suas vitórias na Liga desde 3 de novembro.