A FIGURA: Éder Militão

Se corre como craque, toca a bola como craque, transpira como craque... então, muito provavelmente, é craque. Na sua estreia absoluta com a camisola do FC Porto, Militão mostrou ao que vem. Dorival Júnior reinventou-o no São Paulo, em 2017, como lateral direito e desde então já houve muito quem o vaticinasse como futuro dono da posição na seleção principal do Brasil. No FC Porto, porém, ele tem treinado como defesa-central e hoje fez a estreia no eixo do setor recuado, no lugar de Diogo Leite, ao lado do seu compatriota Felipe, que acaba de ser chamado para o escrete. Esta noite, Militão foi decisivo ao assistir Herrera para o golo inaugural. A defender não errou um corte e mostrou uma segurança assinalável para o primeiro jogo. Tem 20 anos e joga com a classe de um veterano. Portanto, é craque.

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O MOMENTO: minuto 15’. Capitão no primeiro suspiro

O jogo não começou tranquilo para o FC Porto, muito por mérito do Moreirense, bem esticado lá na frente. O espectro das duas más exibições nas últimas duas jornadas pairava no Dragão e só começou a desvanecer-se à passagem do quarto de hora. O golo que abre o marcador começa num canto de Telles na direita e com um cabeceamento de Éder Militão, que serve Herrera, que dominou de peito e atirou para o golo. 1-0. Primeiro suspiro de alívio liderado pelo capitão, que se estreou a marcar em jogos oficiais nesta temporada.

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Outros destaques:

Marega

Depois do castigo, a redenção. Com o franco-maliano em campo, o jogo ofensivo do FC Porto ganha poder de choque, dimensão física e velocidade. O onze chamava por ele e Marega entrou para o lugar do jovem André Pereira, que nem nos convocados esteve. No primeiro jogo oficial nesta época como titular, ajudou a decidir a partida. Foi determinante no segundo golo, ao atirar cruzado ao poste uma bola que Aboubakar havia de atirar para o fundo da baliza. Isto bem antes de sentenciar o resultado final em 3-0 já para lá dos 90’.

Herrera

Mesmo sem jogar com a fluidez e capacidade de controlar o jogo que mostrou em largos períodos da época passada (ou na primeira jornada desta época), o FC Porto encontra no seu capitão um gestor de equilíbrios. É Herrera que vai segurando as pontas sempre que o adversário aperta o cerco. Esta noite, o capitão teve a honra de abrir o marcador, aos 15’.

Danilo Pereira

Cinco meses depois de uma rotura no tendão de Aquiles, no Restelo, o ter afastado do final da época do FC Porto e do Mundial pela Seleção Nacional, Danilo teve um regresso apoteótico. Aos 83’ as estruturas do Dragão abalaram com o sonoro aplauso que ouviu ao substituir Brahimi. Com o seu regresso ganha o FC Porto, ganha a Seleção, ganha o futebol. E basta isto para merecer todo o destaque.

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Bilel Aouacheria

O franco-argelino formado no Saint-Étienne é uma referência nesta equipa de Ivo Vieira. Solto na frente cabe-lhe fazer uso da sua qualidade no controlo de bola para segurar e permitir à equipa subir e contra-atacar. Esta noite lutou muito, até sair a vinte minutos do fim, substituído por Nenê, numa altura em que o treinador do Moreirense procurou uma presença mais fixa na área.

Heriberto

O extremo luso-cabo-verdiano emprestado pelo Benfica tem velocidade de sobra e coube-lhe o papel de esticar o jogo dos minhotos sobre o lado direito do ataque. Surgiu com perigo em diversas ocasiões, obrigando Alex Telles a esforço redobrado para o conter.