O Marítimo manteve este domingo o estatuto de invencibilidade caseira para a Liga que ostenta há mais de um ano, mais precisamente desde que Daniel Ramos assumiu o comando da equipa. O empate, nesta receção ao Benfica, foi celebrado como se de uma vitória se tratasse.

A equipa de Rui Vitória, que entrou a ganhar no jogo graças a um golo de Jonas logo aos dois minutos, acabou depois por permitir a igualdade, que foi reposta pela cabeça de Ricardo Valente, aos 66’. Pizzi esteve apagado, mas o coletivo encarnado voltou a não funcionar, ao contrário do conjunto verde-rubro, que voltou a ser coeso e nunca deixou de acreditar.

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A partida começou com uma entrada forte do Benfica e veio a ser coroada logo aos dois minutos com um golo de bandeira de Jonas. O avançado brasileiro, assistido desde a esquerda por Grimaldo, virou-se para a baliza, já perto da esquina da grande área, e atirou em arco levando o esférico a entrar no ângulo superior direito.

O golo madrugador abalou momentaneamente os homens de Daniel Ramos, enquanto deverá ter ajudado a diminuir os níveis de ansiedade das águias, que entraram em campo ainda com a goleada por 5-0 em casa dos suíços do Basileia, para a Liga dos Campeões, na cabeça.

O Marítimo demorou algum tempo a assimilar a desvantagem, em parte também por culpa do Benfica que não baixou a intensidade com que iniciou o jogo. Foi só depois do quarto de hora de jogo que os pupilos de Daniel Ramos foram obrigados a subir no terreno e a assumir mais iniciativa de jogo.

Aos 16’, Ricardo Valente disparou com perigo, mas ao lado da baliza de Júlio César, após um ‘sprint’ iniciado com uma bola ganha por Gamboa num duelo aéreo com Pizzi, à entrada do meio campo ofensivo do Marítimo.

O Marítimo continuou a carregar, mas a defensiva encarnada foi dando conta do recado com maior ou menos dificuldade, consoante os lances de perigo que os madeirenses iam conseguindo levar até perto do seu reduto.

Perto da meia hora de jogo, o Marítimo conseguiu sair para o ataque com critério e muita rapidez na execução, mas o lateral Fábio China, que apareceu em zona frontal, atirou forte mas ao lado, com Júlio César a controlar a trajetória do esférico.

O Benfica, que não estava a contar com o Pizzi de outros tempos, viu Cervi, aos 32’, executar rapidamente um passe em profundidade que foi apanhar Jonas em posição favorável para rematar. Valeu, então, a atenção do guarda-redes Charles para evitar o segundo do experiente avançado brasileiro.

Até ao intervalo, a equipa de Rui Vitória procurou sair a jogar com critério, mas com alguma lentidão nos processos, facilitando assim o trabalho da defesa verde-rubra, que não acusou a ausência do patrão Zainadine.

Antes da ida para o descanso, o melhor que o ataque das águias conseguiu fazer foi um remate forte de Salvio que saiu muito por cima da baliza de Charles, lance esse que nasceu dum ressalto originado num livre cobrado por Pizzi.

No regresso das cabines, que trouxe os onzes do início do jogo, Cervi quase aumentou a vantagem. Um lançamento efetuado com muita celeridade sobre a direita foi desviado por Jonas para a entrada do argentino, que atirou ao lado quando podia ter feito melhor.

Aos 54', na sequência de uma perda de bola por parte de Ricardo Valente para Salvio, o argentino tentou ultrapassar o central Pablo, mas este não deixou. Ficou a dúvida se foi bola na mão, ou o contrário. No entanto, para o árbitro Jorge Sousa, não se passou nada de irregular, apesar dos protestos dos jogadores encarnados.

Pouco depois, Rodrigo Pinho assinou o segundo grande momento da noite após passar por Pizzi. Só que o remate em arco que levava o rumo do ângulo da baliza foi travado com uma enorme defesa de Júlio César.

Rui Vitória, que estava a ver a sua equipa perder muitos duelos individuais no meio campo, foi o primeiro a mexer, trocando o invulgarmente apagado Pizzi por Krovinovic.

Aos 67', pouco depois de Charles ter negado o segundo do Benfica, que esteve nos pés de Salvio, um grande cruzamento de Bebeto para Ricardo Valente foi definido pelos extremos com grande sentido de oportunidade e sem hipóteses para Júlio César.

A reposição da igualdade trouxe mais emoção à partida, mas também um jogo muito mais partido. Edgar Costa, aos 74, esteve perto dar a vantagem ao Marítimo, tal como Salvio para o Benfica, na jogada seguinte. A grande perdida pertenceu a Everton, que após entrar em campo para render o lesionado Rodrigo Pinho, permitiu a defesa de Júlio César quando surgiu à sua frente, na sequência de um erro de Jardel.

No tudo ou nada, Rui Vitória, Fez entrar Seferovic e Rafa, por troca com Jonas e Cervi. Só que estava escrito que o resultado já estava feito. Foi Salvio que voltou a estar perto do segundo, já com o Marítimo quase exclusivamente preocupado com a defesa, e a espreitar o contra-ataque. O empate imperou até ao apito final, e até se ajusta. Foi celebrado como uma vitória pelos adeptos da casa, que não sabem o que é perder há mais de um ano!