Nulo foi mais saboroso para os visitantes. Transmontanos foram mais dominadores, perigosos, mas não fizeram o mais importante, o golo.

Numa noite fria em Trás-os-Montes não houve golos para aquecer a partida entre Chaves e Boavista, equipas que vinham de vitórias e acabaram por dividir pontos, num resultado mais penalizador para a equipa da casa.

Com Matheus Pereira em destaque, o poste e Vagner evitaram o golo ao extremo emprestado pelo Sporting. Jorge Simão, técnico do Boavista, volta a empatar em Chaves em novo regresso enquanto adversário, após o nulo da época passada ao serviço do Braga.

Nos flavienses, apenas uma mexida na equipa de Luís Castro, que lançou Hamdou Elhouni para o lugar de Davidson, no ataque, por opção, face à vitória no terreno do Belenenses na jornada anterior. Já Jorge Simão repetiu o onze da vitória caseira na receção ao Moreirense.

FILME DO JOGO

Com uma entrada forte, a equipa da casa pôs cedo em sentido a formação boavisteira. A ala esquerda que carburou bem entre Hamdou e Rúben Ferreira, depressa criou perigo, e aos três minutos Bressan tentou de meia distância importunar Vagner.

No entanto, a melhor situação da partida foi mesmo do Boavista, mas muito por culpa dos flavienses. Num passe à queima de António Filipe, Domingos Duarte perdeu a bola e Mateus ficou na cara do golo, mas o guarda-redes do Chaves redimiu-se.

O lance fez tremer os transmontanos, que ficaram algo perdidos em campo, aproveitando os visitantes para ficarem por cima do jogo, mas a partida ficou mais quizilenta e com muitas paragens do que com bom futebol.

Aos poucos os homens de Luís Castro reentravam na partida, e aos 24 minutos tiveram uma boa situação de golo, mas também a melhor jogada do encontro, quando Bressan ganhou uma bola em zona alta, combinou com Matheus Pereira que deu para Rúben Ferreira e este atirou ao lado, num remate cruzado que passou muito perto do alvo.

Era o sinal mais do Chaves que passou a mandar definitivamente no encontro e fez encolher o Boavista em determinados momentos.

Logo a seguir é Hamdou a ganhar uma bola já perto da área e a servir Tiba, que disparou para defesa de Vagner. Depois inverteram-se os papeis, com o médio a lançar Hamdou mas este a não conseguir o remate, por intervenção de Stéphane.

Aos 33 minutos, cheirou a golo em Trás-os-Montes mas o poste não permitiu, quando Matheus Pereira tirou bem demais as medidas à baliza de Vagner, que nada podia fazer ao remate forte e colocado disparado pela direita, com o pé esquerdo. Mesmo antes do intervalo, foi Platiny a aparecer no encontro, ao cabecear por cima a cruzamento de Paulinho, após bom envolvimento do lateral direito.

Oportunidades nos dois lados mas flavienses mais perigosos

O extremo dos flavienses, Matheus Pereira, ganhava tanto destaque antes do intervalo que Jorge Simão reforçou o lado esquerdo da sua defesa lançando Vítor Bruno para o lutar de Mateus, logo no arranque da segunda parte.

O jogo, esse, continuava a ser comandado pelos transmontanos, muito graças ao meio campo, que recuperava e lançava as bolas nos seus extremos.

Aos 57 minutos a bola rondou as duas balizas e o golo voltou a estar à vista. Na área flaviense, António Filipe evitou o golo após remate de Vítor Bruno, que até tinha começado a jogada que Rochinha não aproveitou à primeira mas acabou por servir o colega na perfeição. Na resposta, Platiny levou a bola pela direita e serviu Hamdou, mas o líbio atirou muito por cima de primeira.

Acabava por ser a última ação do extremo, pois Luís Castro fez uma dupla alteração ao refrescar o ataque com as entradas de Davidson e Jorginho para o lugar de Hamdou e Platiny.

As mexidas mantinham a equipa da casa ‘ligada à corrente’ e aos 69 minutos o golo voltou a ficar muito perto, com Matheus Pereira a fazer uma grande arrancada e a disparar com selo de golo, mas Vagner evitou com uma defesa para canto.

Voltava a acalmia ao jogo, mas sempre que o a ‘pantera’ tentava mostrar as garras, os flavienses eram perigosos nas saídas para o ataque. Tiba ainda lançou dois ataques em cima dos 80 minutos, praticamente consecutivas, mas faltava nesta fase discernimento para conseguir criar perigo.

O domínio dos transmontanos acabou por não se traduzir nos três pontos, apesar da equipa de Luís Castro ter terminado bem em cima do adversário, com mais uma investida de Matheus Pereira aos 84 minutos e nos descontos, numa tentativa de chapéu e um remate perigoso de Patrão já nos descontos. Nesta fase, os axadrezados já perdiam tempo para aguentar o nulo. Um esforço que acabou por ser inglório e injusto, para o Chaves.