FIGURA: HELTON LEITE
Defesas decisivas aos 43 (Brahimi) e 48 minutos (Marega) mantiveram o Boavista na discussão do dérbi. Um guarda-redes de qualidade muito alta, com boa escola (Botafogo), filho de João Leite, que vestiu a camisola do Vitória de Guimarães nos anos 80. Num jogo de luta, luta e mais luta, acabou por ser fundamental na altura em que o FC Porto passou a comandar a partida. A melhor defesa? Talvez aquela a cabeceamento de Felipe, aos 72 minutos, antes de Herrera rematar para golo (anulado). Helton só não parou o golo de Hernâni.

MOMENTO: Hernâni, o salvador do dragão
Entrou aos 89 minutos e resolveu o dérbi no período de descontos. Herói da noite na Invicta, pois claro.

NEGATIVO: objetos atirados para o relvado e segunda parte atrasada
Num dérbi com grande atmosfera nas bancadas, era completamente desnecessário aquilo que ocorreu antes do início da segunda parte. Do setor destinado aos adeptos do FC Porto voaram objetos para a zona onde estava Helton Leite. Comportamento deplorável e que será naturalmente registado no relatório de jogo.  

MENÇÃO HONROSA: CORONA
Teste de fogo superado, Corona pode perfeitamente ser o lateral direito deste FC Porto. Perde-se um extremo que tem andado endiabrado, sim senhor, e ganha-se uma alternativa para um lugar em que Maxi Pereira já vai aparentando não ser o que a equipa precisa. Concentrado, forte nos duelos e com capacidade para sair a jogar com a bola controlada. Ofereceu um golo a Herrera aos 52 minutos, mas o compatriota atirou por cima. Fisicamente, Tecatito Corona atravessa um período excelente. Uma descoberta surpreendente, de facto.

OUTROS DESTAQUES:

DANILO

O Boavista levou o jogo para o conflito físico e Danilo colocou as medalhas ao peito. A partir da meia-hora comandou as operações portistas, conduziu a bola uma série de vezes à área axadrezada e esteve num dos melhores lances portistas até ao intervalo: cruzou na direita e Brahimi só não marcou porque Helton Leite respondeu com uma grande defesa.

DAVID SIMÃO
O intelectual num conjunto de monstros físicos, o executante erudita e sabedor. O mais lúcido do Boavista com a bola nos pés, como é habitual. Mais intenso e decisivo no processo defensivo, até com cortes de carrinho no menu. O esquerdino leva o futebol axadrezado para patamares que a equipa muitas vezes não acompanha.

OBIORA
Lesão aparentemente grave, lágrimas, desespero na hora da saída. O médio nigeriano iniciou o jogo a comandar o Boavista, a ter bola e a querer jogar. Mais um problema físico numa carreira claramente limitada por estas questões.

GONÇALO CARDOSO
Tínhamos visto o central adolescente do Boavista contra o Vitória de Guimarães e o melhor elogio é dizer isto: surgiu mais sereno, mais sólido e equilibrado contra o FC Porto do que no jogo com os minhotos. Tem muito por onde crescer, mas o pé esquerdo e a capacidade aérea já se destacam. Errou no golo do FC Porto, em cima do apito final, e só por isso a nota não é mais alta. Acabou o dérbi em lágrimas.

OTÁVIO
O melhor do FC Porto no pior período da equipa – até aos 25/30 minutos – baixou de nível a partir do momento em que os campeões nacionais passaram a tomar conta do dérbi. Entrou muito bem e aos 32 minutos atirou às malhas laterais, após boa arrancada.