Depois de cinco jornadas consecutivas a perder, o Feirense voltou esta tarde às vitórias, ao derrotar por 3-0 o Boavista em jogo da 25.ª jornada da Liga.

Três golos, três pontos: a fórmula simples para desde já sair da zona de despromoção.

Mesmo quando os holofotes do Estádio Marcolino de Castro falharam (quebra de luz entre o minuto 32 e 45) a equipa de Nuno Manta não perdeu o foco de vencer um combate sobre um terreno acanhado e pesado, sob frio e chuva.

Ainda assim, não começou famoso o jogo para os fogaceiros: Caio Secco lesionou-se logo no primeiro lance de jogo e obrigou à troca de guarda-redes, com a entrada do polaco Miskiewicz. Mais do que isso: o Boavista apareceu melhor: criava perigo, com as iniciativas de Mateus e Yusupha, tinha domínio territorial, graças a Idris e David Simão; até que quase à meia-hora de jogo Crivellaro deu um safanão no jogo e rematou fortíssimo para Vagner defender para canto. Ato contínuo, Tiago Silva cobra a bola parada e coloca-a na cabeça de Babanco, que atirou de cabeça para o golo.

Feirense-Boavista, 3-0: ficha e jogo ao minuto

Em desvantagem, o Boavista voltou à carga, mas seria o Feirense quase a fazer o segundo em cima do intervalo, num remate do meio da rua de Tiago Gomes, que Vagner defendeu com o peito.

Se a primeira parte da equipa da casa foi intermitente, os primeiros 15 minutos da segunda foram de um intenso brilho.

Com as luzes do estádio já de novo bem acesas, o Feirense parecia definitivamente acordado para o jogo. No espaço de cinco minutos, Vagner evitou o golo sobre a linha em dois remates de Edson Farias e quase comprometia ao largar a bola num livre de Tiago Silva. Não teria hipóteses o guarda-redes axadrezado quando Luís Machado fez um arco perfeito na bola e ampliou o resultado bem antes da hora de jogo estar cumprida.

O 2-0 travou os ímpetos do Boavista, mesmo quando Jorge Simão decidiu arriscar uma dupla substituição, trocando Renato Santos e Fábio Espinho por Rui Pedro e Rochinha. Seria até o Feirense a criar mais perigo: pela velocidade de Edson Farias, pela meia distância de Crivellaro e, sobretudo, por um remate fortíssimo à barra de Hugo Seco, aos 78.

Boavista-Feirense, 3-0: destaques do jogo

O placard mexeria só nos descontos num remate de Crivellaro que sentenciou o 3-0 final para o Feirense, que só havia vencido por duas vezes em 2018 e que na próxima vez que voltar ao Marcolino de Castro será para receber o Benfica. Quanto ao Boavista, não vence fora para a Liga desde 15 de dezembro, mas continua na primeira metade da tabela e a prometer a melhor época desde que regressou à Liga.

Vitória justa, números exagerados num jogo de inverno que mais parecia um regresso do futebol português aos anos 80. Pelo lado de desporto de combate e também pelo muito público presente nas bancadas em tarde de temporal. Na Feira, no sopé do castelo, a batalha compensou a formação de Nuno Manta e chega para aliviar um pouco a pressão na zona complicada da tabela.