Explosão e festa arsenalista nos Arcos, já para lá da hora. Adeptos em êxtase. Banco aos saltos para dentro do relvado. Tiago Sá numa corrida tremenda para abraçar os colegas. E braços ao alto no final. Não era para menos, senhor Sp. Braga.

A equipa de Abel pôs fim a três derrotas seguidas e resgatou o triunfo na compensação no pé direito de Wilson, no primeiro de quatro minutos extra. Vitória com reviravolta, iniciada por Paulinho, após o golo de Carlos.

Os minhotos aproveitaram o clássico para reduzir distâncias para o FC Porto e não deixar o Sporting chegar mais perto. Do outro lado, nono jogo caseiro consecutivo na Liga sem vencer para o Rio Ave. No final, alguns lenços brancos para o campo e até contestação para a bancada presidencial. 

A tarefa era interessante pelos registos impostos e já abordados. No final, ganhou quem teve maior fio de jogo e crença pelo triunfo.

Ramos fez três alterações, todas forçadas, uma de última hora. Diego Lopes e Filipe Augusto estavam suspensos após expulsão e Monte foi rendido no aquecimento. Messias estreou-se a titular, Jambor também voltou, assim como Ronan. No Sp. Braga, Abel fez regressar Tiago Sá e Goiano, nos lugares de Marafona e Esgaio.

A primeira parte foi um todo Sp. Braga. Procurou atacar e não permitiu ao Rio Ave passar com eficiência para o meio campo ofensivo.

Inerente a um 4x5x1, com a referência Dyego na frente, Abel montou a equipa com Fransérgio mais subido, Horta a fletir muitas vezes para o meio. Resultado? Rio Ave arrastado para o centro e a projeção de Sequeira a permitir ao Sp. Braga constantes aproximações pela esquerda.

Os números ao intervalo atestavam a intenção minhota. Mais remates (oito para dois), mais posse de bola (56 para 44) e mais cantos (três para um).

Rio Ave-Sp. Braga: o filme e a ficha de jogo

Mas nem sempre os números significam acerto. O Sp. Braga quase alugou o meio campo defensivo, mas careceu de maior definição no terço ofensivo. A bola cheirou a baliza de Léo Jardim, mas as intenções de Claudemir e Fransérgio foram infrutíferas. Depois, ainda Dyego, a falhar o cabeceamento na melhor jogada da primeira parte.

Rio Ave-Sp. Braga: os destaques do jogo

Na falta do golo, houve alguma qualidade, sobretudo pelos minhotos. Mas o reatamento tratou de mudar a lógica inicial.

Terceiro jogo pelo Rio Ave, segundo a titular, primeiro golo. Carlos Júnior rendera Monte no onze em última hora e desatou o nulo ao minuto 48. A jogada passou por Bruno Moreira e Ronan e terminou com remate indefensável para Tiago Sá.

O Rio Ave aguentou a pressão contrária no lance do golo. Mas teve mais de o fazer em vantagem e com redobrado esforço após uma expulsão evitável de Jambor: viu o segundo amarelo e vermelho ao minuto 56 por tentar retardar um livre dos minhotos. Seria penoso.

O jogo subiu de intensidade e emoção e o Sp. Braga acentuou a procura pelo golo. Abel deu João Novais ao jogo e, já com o ex-Rio Ave em campo, Horta marcou, mas em fora de jogo. Depois, Dyego e Raúl Silva falharam o empate de cabeça.

Abel viu o tempo escassear e acertaria nas mudanças finais. Paulinho e Murilo foram a jogo e o primeiro empatou tudo aos 77 minutos, a cruzamento de Wilson. O Rio Ave quase voltou para a frente com um cabeceamento de Galeno ao ferro, mas seria Wilson a decidir e a dar mais oxigénio a um Sp. Braga que já não vencia desde 10 de fevereiro.