O Benfica cumpriu o quinto e último jogo de pré-temporada sem responder às dúvidas deixadas pelos anteriores. A derrota pesada (3-0) diante do Monterrey, na festa de inauguração do estádio dos mexicanos sugere que vem aí uma semana de trabalho intenso para os homens de Rui Vitória, de forma a recuperarem o tempo perdido – e a condição física de alguns jogadores chave.

A ficha do jogo

Sem Jardel para fazer dupla com Luisão, Rui Vitória apostou num onze sem recém-chegados, e quis dar companhia mais próxima a Jonas com a titularidade de Jonathan Rodriguéz, num regresso a uma variante de 4x4x2 em que Talisca e Gaitán partiam das alas. Num jogo que começou com mais de 20 minutos de atraso, por força do calor intenso que se sentia em Monterrey e da longuíssima cerimónia de inauguração do novo estádio dos rayados, o Benfica começou por dar sinais de querer mandar no jogo, à custa de uma pressão intensa que não podia durar muito.

Assim, depois do primeiro remate perigoso (Jonas, de livre, por cima da trave, aos 10 minutos), passou a ser o Monterrey a ser mais ameaçador, com o veloz colombiano Pabón a explorar por sistema o espaço entre Lisandro e Sílvio, graças a lançamentos longos que obrigaram a defesa encarnada a fazer horas extraordinárias.

Em duas ocasiões valeu a habitual segurança de Júlio César, negando dois golos feitos a Paón e Castillo, na fase em que os encarnados mais abanaram. Para piorar a situação, aos 37 minutos Luisão fez sinal para o banco e saiu com queixas na zona abdominal. Rui Vitória recuou Fejsa e lançou Samaris para o meio-campo, e o Benfica melhorou até ao intervalo, com Talisca e Pizzi a assinarem dois remates com algum perigo, voltando a pôr o guarda-redes Orozco em respeito.

Ao intervalo, Rui Vitória optou por manter a equipa inalterada, ao contrário do técnico do Monterrey, que mudou seis jogadores. E o certo é que a sua equipa teve uma entrada de rompante que se materializou em dois golos apontados por jogadores recém-entrados: primeiro foi Montes a cabecear na pequena área após livre cobrado na direita (49 minutos) e, ainda antes dos 60 minutos, Pizzi deu corpo a uma atuação desinspirada cortando com a mão um lance na grande área. Na conversão do castigo máximo, Funes Mori, emprestado pelo Benfica aos mexicanos, aumentou para 2-0.

Com o jogo praticamente sentenciado, até pelo forte calor que se fazia sentir, Rui Vitória deu descanso a André Almeida, e aos apagados Pizzi, Talisca e Jonathan, dando minutos a Nélson Semedo, Nélson Oliveira, Carcela e Lindelof. A partir daqui, com o Monterrey a controlar as operações num ritmo baixo e em pleno rodízio de substituições, o jogo perdeu a pouca consistência que ainda tinha. Mas ainda deu para outro suplente recém-entrado, Rivera aumentar o castigo para os homens de Rui Vitória, num lance em tudo idêntico ao do primeiro golo.

A digressão norte-americana ds encarnados fechaa com uma derrota pesada e sem uma vitória em cinco jogos. Mas, mais do que isso, com sinais pouco tranquilizadores acerca do modelo de jogo. Para agravar, a menos de uma semana do arranque oficial da temporada, os encarnados voltam para Lisboa com inquietações acerca da condição física da dupla de centrais habitualmente titular. Em suma, era difícil pior para fecho de pré-temporada.