O objetivo do Rio Ave era ganhar, e fez por isso. O objetivo do Boavista era pontuar, e também fez por isso. No final, a sorte protegeu os audazes e o golo, ao cair do pano premiou o nunca baixar de braços dos rioavistas.
 
A jogar em casa, vindo de duas vitórias, e com três jogadores regressados após a recuperação de lesões, o Rio Ave entrou em campo moralizado e determinado a amealhar mais três pontos. Pedro Martins chamou Guedes para o ataque, em troca com Kayembe, que tinha sido titular no jogo passado, e de resto manteve a equipa que foi ganhar a Coimbra.
 
Já o Boavista, que travou o Sporting no Bessa no encontro passada, apresentou o mesmo onze. A formação de Petit tinha uma estratégia clara: fechar bem os caminhos para a baliza, e aproveitar o contra-ataque para poder marcar.
 
A formação da casa tomou então conta da bola. Heldon, muito bem a combinar com Marvin, ia subindo pelo corredor esquerdo. O avançado do Rio Ave ia desfilando a sua qualidade em campo, mas pela frente teve um Mesquita muito eficaz, sempre a conseguir fechar o ângulo e a evitar que a bola fosse para junto da baliza. O lateral do Boavista contou muitas vezes com a preciosa ajuda de Tengarrinha e Reuben Gabriel, numa mostra de solidariedade entre a equipa axadrezada, que foi fulcral para segurar o empate até quase ao cair do pano.
 
O Rio Ave chegava principalmente à área do Boavista de bola parada, e aí, a estatura dos jogadores axadrezados (mas não só) impedia que fosse eficaz no jogo aéreo, e com a bola no chão, também não parecia haver caminho para passar.
 
A espaços, o Boavista conseguia chegar em contra-ataque à área adversária, aproveitando a rapidez de Luisinho e os passes em profundidade de Tengarrinha, mas também sem conseguir causar grande perigo. Aliás, a primeira ocasião de golo digna desse nome só apareceu na segunda parte, quando o Rio Ave já tinha perdido Heldon por uma lesão, que parece ter sido muscular, e Kayembe tinha entrado para o ataque. O avançado cabeceou na área, e só uma intervenção providencial de Mika impediu o golo.
 
Com o passar o tempo, o Boavista ia apostando cada vez mais em segurar o ponto virtualmente conquistado. Conseguir um ponto em Vila do Conde não é feito de desmerecer, por isso a formação de Petit raras vezes ia saindo no contra-ataque na segunda parte. Já o Rio Ave corria (literalmente) contra o tempo. Pedro Martins não queria o empate, pedia a vitória, e a equipa trabalhou por ela.
 
Kayembe entrou muito bem e nunca parou de procurar o golo. Ukra, mais apagado na primeira parte, foi crescendo no jogo. E Bressan, que não parou de trabalhar durante todo o jogo, criando perigo de bola parada, e muito dinâmico nas transições ofensivas, viria a colher, já ao cair do pano, os frutos desse trabalho.
 
Já em tempo suplementar, uma arrancada de Marvin pelo corredor esquerdo, com Kayembe depois a colocar a bola no coração da área, onde Bressan, com a parte de fora do pé direito, chutou à baliza, num forte pontapé. Estava feito o golo que premiou os riosvistas e causou a desilusão total dos boavisteiros.
 
A equipa de Vila do Conde conquistou assim a terceira vitória consecutiva e dorme esta noite no primeiro lugar da tabela, ao lado de FC Porto e Sporting. Já o Boavista continua em décimo.