O improvável Rodrigo Falcone decidiu o duelo histórico entre Feirense e Desportivo das Aves. Nunca as duas equipas se tinham defrontado no principal escalão do futebol português e acabou por ser a equipa de Lito Vidigal a sair vencedora deste duelo inédito. Duelo esse repleto de oportunidades de golo, grandes defesas e emoção até ao último suspiro.

Um encontro agradável de seguir, portanto.

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Os minutos iniciais de vertigem alucinante prometiam um espetáculo interessante de seguir. Logo aos dois minutos, Salvador Agra desperdiçou, de cabeça, uma soberana ocasião para marcar, quando ainda alguns adeptos se sentavam no Marcolino de Castro. Na resposta, Luís Machado por pouco não conseguiu a emenda, após boa combinação entre Tiago Silva e Etebo.

Contudo, as promessas de um jogo de parada e resposta rapidamente se esfumaram, voltando a surgir apenas na etapa complementar. Porém, até ao início do segundo tempo, os espaços começaram a escassear, a bola deixou de andar rente ao relvado e os duelos multiplicaram-se com os níveis de intensidade e agressividade nos píncaros. Como tal, as oportunidades de golo tornaram-se uma raridade em lances de bola corrida, ao contrário do que se avizinhava nos primórdios da partida.

As possibilidades de fazer mexer o marcador existiram sim, mas a génese dessas hipóteses surgiram sempre na sequência de lances de bola parada. Um livre de Petrolina deixou a bola nos pés de Amilton, dentro da pequena área, mas valeu Caio Secco – um dos melhores em campo – a impedir o golo avense. Depois foi Etebo a atirar para a bancada quando estava em posição privilegiada. 

A segunda metade trouxe um Feirense diferente e essa postura diferenciada em relação ao primeiro tempo voltou a tornar o jogo agradável. A equipa de Nuno Manta quis ter bola, algo que favorece de sobremaneira alguns dos seus intérpretes, com Tiago Silva e Etebo à cabeça, e começou a ensaiar um assalto à baliza de Quim. que ia adiando o que parecia ser uma inevitabilidade.

Contudo, a expulsão de Luís Machado, num lance absolutamente ridículo por parte do jogador, praticamente deitou por terra as esperanças dos fogaceiros em contornar o momento delicado que atravessam. Antes, as ocasiões criadas pelo próprio Luís Machado e por Etebo, num remate fortíssimo, esbarram nas luvas do guarda-redes avense. Rude golpe para a equipa do Feirense que vivia o melhor período no jogo, sublinhe-se.

Um ponto é sempre melhor que um, sobretudo quando se está na metade inferior da tabela. Terá sido o que Nuno Manta pensou e, por isso, não se estranhou que o Feirense tenha recuado, preparando-se para a investida final do Desportivo de Aves, embora nunca se tenha inibido de sair em contra golpe. 

Por seu turno, Lito colocou Falcone ao lado Arango (já tinha entrado para o lugar de Derley) e os avenses começaram a criar ocasiões praticamente em catadupa. Pelo meio, Etebo e João Silva ainda falharam o que parecia praticamente impossível de falhar.

Em período de descontos – já depois de Amilon ter visto Caio Secco fazer a defesa da tarde – Falcone materializou o ascendente final do Desportivo das Aves e carimbou o triunfo. Uma vitória tangencial que confirma o bom momento dos avenses – não perdem há quatro jogos - frente a um Feirense que fez mais do que o suficiente para não perder.

Os três pontos permitem ao Desportivo das Aves saltar da 15.ª posição para a 12.ª enquanto o Feirense continua a olhar por cima do ombro, com Moreirense e Estoril.