Nulo em emoção e oportunidades de golo.

O Portimonense-Belenenses terá sido, talvez, o jogo em que os dois guarda-redes tiveram noventa minutos de completo descanso, sem esboçarem qualquer defesa complicada.

É que as raras ocasiões de perigo não implicaram o esforço de Ricardo Ferreira e Filipe Mendes, com a bola a passar junto aos ferros da baliza. Assim, as duas equipas até poderiam jogar sem guarda-redes...

O Belenenses esteve sempre muito compacto, com os jogadores (e setores) muito juntos e com uma defesa subida. Em 4x2x3x1, os azuis do Restelo foram os primeiros a assumir intenções ofensivas, mas com inconsequência nas zonas de finalização. Até porque poucas vezes lá chegaram.

A ideia foi arriscada porque, sabe-se, o Portimonense é eficaz nas transições rápidas e os azuis estariam sempre expostos a serem apanhados num desses lances. No entanto, os algarvios estiveram desinspirados no ataque e não conseguiram esses movimentos de rotura para as costas do último reduto azul, convidando à velocidade de Nakajima e Manafá, nas alas, ou Fabrício, no centro. Assim, a nulidade atacante dos algarvios foi equivalente à equipa do Restelo e os dois guarda-redes tiveram uma noite tranquila.

FILME E FICHA DE JOGO

O equilíbrio prevaleceu na primeira-parte, com a entrada de Paulinho a agitar ofensivamente os locais no início da segunda, que, mesmo não tendo muitas oportunidades de golo, tiveram as suficientes para vencerem. Tal como o Belenenses também as teve, na parte final do jogo. Neste particular, do lado do Portimonense, destaca-se uma arrancada de Nakajima pelo centro, com o remate em arco a passar muito próximo do poste esquerdo da baliza de Filipe Mendes.

O Belenenses nunca se desuniu, manteve sempre a equipa juntinha. Mas foi recuando alguns metros no período em que o Portimonense teve mais bola e controlo, tapando bem os caminhos para a sua baliza. Nos últimos minutos soltou-se e Geraldes teve uma boa chance para colocar a sua equipa em vantagem, mas o remate, já no interior da área, foi intercetado no chão por Rúben Fernandes. André Sousa também esteve perto de festejar nos descontos, com um remate que passou perto da baliza de Ricardo Ferreira.

O nulo adequa-se à improdutividade das duas equipas em termos ofensivos – resumindo-se a duas ou três oportunidades (e já com algum favor...) para cada lado - e reflete o equilíbrio que prevaleceu em grande parte do jogo.