Letal, madrugador, preciso e eficaz. Na dose certa.

Foi assim que o Portimonense, cedo, assumiu o comando do marcador no primeiro lance digno de registo. Um rasgo ofensivo total face a um Moreirense que até foi superior nos primeiros minutos de jogo.

Tudo começou a meio campo. Paulinho recuperou a bola perante Tozé e a qualidade que já lhe é reconhecida tratou do resto. Galgou terreno, esperou a entrada de Dener e serviu de bandeja com um passe para a entrada da área, antes do desvio certeiro a desatar o nulo.

Que melhor receita para iniciar o jogo.

Só que o Moreirense, na estreia de Sérgio Vieira e na semana do 79.º aniversário, apareceu com vontade de reiniciar uma nova história. A precisar de pontos como de pão para a boca, os cónegos apareceram com garra e nem o rombo inicial rompeu a navegação minhota.

Bruno Ramires deu um primeiro aviso com um desvio ao ferro e Cadiz, aos 13 minutos, deu alguma justiça ao marcador com o golo do empate, após um passe delicioso de Ângelo Neto para as costas da defensiva algarvia. Diga-se alguma, porque a equipa da casa esteve nitidamente melhor até aí.

Do outro lado, a equipa de Vítor Oliveira precisou de tempo para assentar ideias ofensivas que o Moreirense teve na mira e que tão bem anulou até perto da meia hora de jogo. Por esta altura, os rasgos de Paulinho e a velocidade de Nakajima já iam incomodando como nunca. O primeiro assistiu Pires para um desvio subtil que quase dava golo (29m). Depois, o nipónico serviu Paulinho e só Jhonatan anulou nova vantagem dos visitantes.

Algo adormecido, o Moreirense despertou antes do descanso e valeu Ricardo Ferreira a manter a igualdade. Tozé, primeiro e Zizo, depois, só não festejaram a reviravolta graças aos reflexos do guardião, que ia complicando no reinício.

FILME DO JOGO

Tudo aconteceu ao minuto 52, quando Ricardo Ferreira tentou devolver a Lumor após um atraso. Zizo intercetou e, embora com pouco ângulo, não soube aproveitar e colocou para a zona de ninguém no coração da área.

Fruto do erro, este foi um dos poucos assomos da equipa de Moreira de Cónegos no segundo tempo. Além de um remate frontal de Zizo (62m) num dos lances mais concretos da etapa complementar.

De resto, e vergado a um Portimonense de mais posse e poder de remate, o Moreirense teve dificuldades em sair para o ataque, mas Jhonatan até nem teve muito trabalho. Embora fossem tamanhas e tantas as tentativas de Dener, Paulinho ou Nakajima. E se algumas não levaram a pontaria certa, outras esbarraram numa defesa do Moreirense que, sôfrega e esforçada, deu o corpo ao manifesto de forma suficiente para segurar o ponto.

O Portimonense acabou nitidamente ao ataque, mas não teve a arte e o engenho de outrora para levar os três pontos para o sul.

Um ponto para cada lado no primeiro duelo entre minhotos e algarvios na liga.