O Sp. Braga está colado ao Benfica. Os arsenalistas venceram o Rio Ave (2-1) no primeiro jogo da derradeira jornada da segunda volta e, ainda que à condição, igualaram os encarnados na tabela classificativa. Os guerreiros tiveram menos bola, mas foram mais audazes na abordagem à baliza adversária e somaram o terceiro triunfo consecutivo na Liga.

Choque de equipas que gostam de ter bola na Pedreira. Levou a melhor o Rio Ave nesse aspeto, em alguns momentos deslumbrou a equipa de Miguel Cardoso, mas faltou sentido prático à equipa que contou com Rúben Ribeiro no onze, mas não teve qualquer referência no ataque.

Soube articular-se o Sp. Braga, sujeitou-se ao evoluir do jogo e soube sofrer em momentos de maior desconforto, mas nunca perdeu o norte e a ambição de alvejar a baliza de Rui Vieira. Ricardo Horta abriu o ativo, João Novais ainda empatou, mas o banco bracarense voltou a render e Abel Ferreira fez Fábio Martins saltar do banco para carimbar os três pontos.

João Novais disfarça falta de soluções ofensivas

O conjunto de Vila do Conde apresentou-se desinibido na Pedreira, confortável com a posse do esférico, como é seu timbre, e não se fez rogado para começar com supremacia neste parâmetro do jogo. Muitas triangulações, trocas de bola seguras e uma entrada prometedora da equipa de Miguel Cardoso.

Mas faltavam referências ofensivas. Os vila-condenses subiam confortavelmente, mas nas imediações da área esbarravam na sua própria falta de soluções. O Sp. Braga soube ser paciente, aguentou o desconforto de andar atrás do esférico e começou a crescer e a chegar junto da baliza de Rui Vieira. Quando o fez conseguiu invadir a área, rematar e tentar materializar.

Com uma sociedade familiar adiantou-se no marcador mostrando ao Rio Ave a velha máxima de que o futebol é eficácia. Ricardo Horta repôs rapidamente um lançamento de linha lateral para o irmão André Horta, que devolveu isolando o mano mais velho para ir à cara de Rui Vieira adiantar os arsenalistas no marcador.

Continuou a toada o Rio Ave, permaneceram as dificuldades no último terço do terreno, até que num dos derradeiros lances da primeira metade João Novais, que está de pé quente, bateu Matheus com um remate cruzado. Rúben Ribeiro, que foi titular no dia em que foi oficializado como reforço do Sporting, fez a abertura para Novais levar o jogo empatado para o intervalo

Crença de Fábio Martins dá triunfo

No período de descanso Miguel Cardoso trocou Nuno Santos por Francisco Geraldes e os vila-condenses voltaram a entrar melhor, novamente com mais posse de bola. Abel Ferreira respondeu fazendo saltar Paulinho e Xadas do banco. Sacudiu a pressão o Sp. Braga, cresceu e rapidamente voltou a ter um período de maior acutilância.

Futebol simples, prático e incisivo com vários remates à baliza de Rui Vieira. O esférico passou várias vezes na imediação da área vila-condense com cruzamentos a pedir sequência. Faltou arte para fazer o segundo antes que os pratos da balança voltassem ao equilíbrio.

O evoluir do cronómetro diminuiu o risco, levou a que o resultado fosse mais tido em conta. Aproximações à área de parte a parte e alguns lances de «frisson» iam sucedendo com a convicção de que na reta final foi o Sp. Braga quem mais fez por vencer. O Rio Ave entrou em gestão, até porque há a Taça de Portugal esta semana, e foi Fábio Martins a dar a estocada no Rio Ave.

Drible a fletir da esquerda para o centro, ganhou ângulo de remate e deu o triunfo aos bracarenses. A equipa de Abel Ferreira vira o campeonato em igualdade pontual com o Benfica, à condição, e cava um fosso de dez pontos para os vila-condenses. O quarto lugar está cimentado e olhos estão em cima, no pódio.