* por Raul Caires

O Marítimo isolou-se nesta segunda-feira no 6.º lugar da Liga, após vencer o Moreirense com um golo do capitão Fransérgio, num jogo de futebol marcado por uma disputa muito aguerrida e com emoção a rodos na segunda parte. A equipa insular teve de se empenhar a fundo para somar os três pontos ante uma formação vimaranense que nunca atirou a toalha ao chão e, tal como Augusto Inácio prometeu na antevisão, a perder, o vencedor teria de sofrer muito.

Marítimo e Moreirense apresentaram-se em campo com esquemas tácticos muito semelhantes e empenhados em conquistar o meio campo do adversário. A história do primeiro quarto de hora da partida resume-se a um jogo algo lento, cadenciado a espaços com muitas perdas de bola ou transições ofensivas lentas e previsíveis.

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Coube a Éber Bessa ditar o fim do impasse que estava a gerar sonolência nas bancadas apesar de o cronómetro marcar apenas 16 minutos.

Após uma recuperação de bola no «miolo», Zainadine Júnior não perdeu tempo algum para servir o médio brasileiro, tendo ele, com a mesma rapidez, cruzado desde a direita para o capitão Fransérgio inaugurar o marcador com um cabeceamento nas alturas. A bola ainda bateu no poste direito antes de entrar na baliza de Makaridze, mas o guardião dos minhotos nada podia fazer.

O golo surgiu algo de forma inesperada e «chateou» sobremaneira a equipa de Augusto Inácio, já que na reacção à desvantagem, a equipa detentora da Taça da Liga partiu em busca do empate empurrando literalmente o Marítimo ao seu último reduto.

A equipa de Moreira de Cónegos assumiu as rédeas do jogo e passou a pressionar com mais intensidade no meio campo defensivo madeirense, provocando muitas perdas de bola por parte dos insulares e alguns calafrios junto baliza de Charles. Aos 19 e 27 minutos, o jovem guardião foi salvo pelos colegas na sequência de abordagens mal calculadas a lances de perigo do Moreirense.

Daniel Ramos não ficou nada satisfeito e pediu mais concentração à sua equipa, que se mostrava muito pouco reactiva ante a pressão dos visitantes. O aviso foi atendido, pois o Marítimo começou a subir as linhas e a resguardar-se melhor antes de realizar as transições ofensivas. Pelo lado da equipa de Augusto Inácio, a insatisfação mantinha-se, mas continuou a evidenciar poucos argumentos para criar lances efetivos de golo.

Até ao intervalo, apenas a registar um lance de algum frisson junto de cada uma das balizas, e de resolução fácil para Makaridze e Charles.  Quando o apito chegou, a história do jogo assemelhava-se muito ao que se passou antes do primeiro golo.

O reatamento não trouxe alterações nos «onzes» mas revelou um Moreirense mais adiantado no terreno, ganhando o jogo mais abertura. Circunstância que foi aproveitada pelo Marítimo para criar perigo junto da baliza a equipa minhota, embora na sequência de pontapés de canto.

Mas o sinal mais da entrada ofensiva insular durou pouco tempo, pois o Moreirense queria mais. Inácio foi o primeiro a mexer e logo com uma dupla substituição, ao fazer sair Wallyson e Alex por troca com Sougou e Boateng.

O jogo ganhou emoção e ficou ainda mais partido quando Daniel Ramos trocou Ghazaryan por António Xavier e Éber Bessa e Alex Soares. Aos 78’, quando o jogo já havia mergulhado numa toada de parada e resposta com lances de perigo a surgirem muito perto das balizas, sobretudo na do Marítimo. O Moreirense desperdiçou a segunda melhor oportunidade de golo do jogo: na sequência de um livre batido da direita, Roberto desviou de cabeça e acertou no ferro.

Na resposta, Xavier conseguiu espaço na meia esquerda e tentou um chapéu a Makaridze, que saiu ligeiramente ao lado. Nesta fase, o jogo não estava nada indicado para cardíacos...  E assim continuou até ao final da partida. Sem oportunidades de golo claras, mas com muita emoção. Fica a imagem do guardião Makaridze na grande área insular, à espera de poder fazer a diferença...