O Santa Clara travou a euforia do Gil Vicente ao empatar em Barcelos, num encontro marcado por duas expulsões para os açorianos. A formação orientada por Mário Silva foi quase sempre melhor, esteve por duas vezes em vantagem, mas as expulsões de Lincoln e de Cryzan deitaram tudo a perder.

Os galos não conseguiram dar sequência aos triunfos, mas ainda assim levam já seis jogos sem perder e permanecem no 5.º lugar, a quatro pontos do Sp. Braga. Cryzan abriu o marcador para os insulares e Samuel Lino empatou ainda antes do descanso. No segundo tempo, Mohebi deu nova vantagem aos açorianos e o capitão Rúben Fernandes fixou o resultado final.

Mais Santa Clara

O Gil Vicente entrava em campo muito motivado e razões para isso não lhe faltavam. Está num 5.º lugar, vinha de uma vitória categórica frente ao Benfica, não perdia há cinco jogos e, em caso de triunfo, ficava a apenas dois pontos do 4.º classificado, o Sp. Braga. Ricardo Soares apostou na velha máxima de que equipa que ganha não se muda e apresentou o mesmo onze que venceu na Luz.

Mas do outro lado estava um Santa Clara em ascensão e que já não perdia há quatro jogos. Mário Silva mudou apenas dois elementos no onze titular, fazendo regressar à equipa Rui Costa e Morita e atirado para o banco Nané e Oscar Barreto. E, no primeiro tempo, os açorianos foram a melhor equipa em campo, conseguindo anular quase por completo a saída de bola dos barcelenses.

Ricardinho foi o primeiro a criar perigo, com um remate a sair muito perto do poste da baliza gilista. Na resposta, Fujimoto entrou na área e rematou à malha lateral. Mas foi a exceção que confirmou a regra. O Santa Clara tinha maior domínio sobre o terreno de jogo, crava mais oportunidades e encostava os barcelenses às cordas. Por isso, não espantou ninguém que tivesse sido a formação açoriana a inaugurar o marcador.

Após jogada de insistência, Licoln cruza da esquerda para a pequena área onde surge Cryzan, completamente solto, a cabecear para o golo. Contudo, tal como na primeira grande oportunidade do encontro, o Gil Vicente também respondeu e com golo. Perda de bola da turma insular e Samuel Lino a ser carregado em falta na área por Rafael Ramos. Na conversão, o avançado contratado pelo Atlético Madrid para a próxima temporada não tremeu e fez o empate.

Em cima do descanso, o Santa Clara ficou novamente perto do golo, mas desta vez Andrew opôs-se com qualidade ao remate de Anderson Carvalho. E foi tudo numa primeira metade em que os insulares foram superiores.

Expulsões mudaram o jogo

Na segunda metade, o Gil Vicente entrou melhor, porém o Santa Clara pareceu quase sempre ser a equipa mais confortável em campo. O equilíbrio foi maior e as oportunidades de golo escassearam. Os treinadores começaram a refrescar as respetivas equipas, mas mantiveram a estrutura.

Aos 66’, os açorianos iriam sofrer uma contrariedade: Licoln caiu área, o árbitro considerou simulação e mostrou-lhe o segundo amarelo. Mesmo assim, acabou por ser o Santa Clara a fazer o segundo golo. Mohebi, acabado de entrar, cabeceou para o fundo das redes, após livre.

Nem deu tempo para festejar, já que, dois minutos depois, Cryzan também viu o segundo cartão amarelo e deixava os açorianos a jogar apenas com nove. Aproveitou o Gil Vicente para ir para cima do adversário e para chegar ao empate, a cinco minutos dos 90’. Canto batido por Pedrinho e Rúben Fernandes a cabecear para o fundo das redes.

Até ao final, os gilistas tentaram chegar à vitória, mas o Santa Clara segurou o merecido ponto com unhas e dentes. Os insulares mereciam mais; os barcelenses lutaram por contrariar uma exibição que ficou longe de outra a que habituaram os adeptos esta temporada. Os quase cinco mil adeptos presentes na bancada vão, certamente, satisfeitos para casa.