Num duelo importante para duas equipas que não ganhavam há quatro jogos e procuravam distanciar-se dos últimos lugares, o Santa Clara recebeu e venceu o Vizela por 3-1.

Mário Silva foi forçado a mexer na estrutura da equipa. Morita e Mansur, duas peças basilares no esquema dos açorianos, estavam castigados e foram substituídos por Nené e Paulo Henrique. O técnico dos insulares não contou também com Anderson Carvalho e Allano foi opção de início.

Do lado vizelense, menos dores de cabeça para Álvaro Pacheco, que só esteve privado de Cassiano e entregou a frente de ataque a Schettine – de regresso aos Açores, tal como Osama Rashid.

A equipa ofensiva que o Santa Clara apresentou já fazia prever o que aconteceu durante todo o jogo. Os açorianos quiseram mandar na partida, com maior domínio da bola e a ocupar o meio-campo do Vizela.

O comandante das opções era, pois claro, Lincoln. O médio brasileiro, na ausência do nipónico Morita, baixava no terreno, esbracejava para dar indicações aos colegas, via as desmarcações dos mesmos e tratava de aplicar a canhota em busca de um passe que os colocasse em boa posição.

A par do camisola 10, surgia o compatriota Cryzan, que somou as melhores oportunidades ao longo da partida. O avançado brasileiro desperdiçou na cara de Pedro Silva após passe de Lincoln e, de seguida, deixou o colega assumir a responsabilidade de bater um livre, que por poucos centímetros não deu em golo.

Antes do fecho da primeira parte, a dupla voltou a colocar a defesa vizelense em perigo, com um passe teleguiado do capitão a encontrar a cabeça de Cryzan, mas a tentativa saiu ao lado.

O Vizela mostrou que também queria chegar a lugares de maior tranquilidade na tabela e Schettine ficou perto de marcar à antiga equipa, num cabeceamento, depois de uma jogada rendilhada no corredor esquerdo dos minhotos.

A chuva ficou mais intensa no segundo tempo e a pressão insular seguiu o mesmo caminho.

Rafael Ramos deixou o primeiro aviso com um disparo em arco, mas Pedro Silva adiou a felicidade açoriana.

Alegrias vieram do banco

Os golos vieram do banco. Mário Silva lançou Rui Costa e Óscar Barreto e nem o próprio deveria imaginar resultados tão imediatos.

Se tinha ameaçado momentos antes, Ramos foi mais efetivo desta vez e cruzou como mandam as regras para Rui Costa abrir o marcador com um cabeceamento fulgurante.

Álvaro Pacheco ficou imediatamente irritado e queria promover três alterações de uma só assentada. Mas nem teve tempo. Também vindo do banco, Barreto furou pelo corredor esquerdo, tirou um cruzamento rasteiro e Cryzan surgiu confortavelmente ao segundo poste para empurrar e dilatar a vantagem do Santa Clara.

As contas do jogo pareciam estar fechadas, até porque o mau tempo já impedia jogadas de muito brilhantismo.

Mas foi precisamente devido às más condições meteorológicas que Boateng não conseguiu dominar a bola após passe de um colega e deixou Kiko Bondoso com via aberta para fazer o 2-1 e relançar o marcador.

Ao cair do pano, Rui Costa roubou o papel de homem do jogo e tirou todas as dúvidas, com um lance com nota de artista. O avançado do Santa Clara driblou um adversário e, atento à saída de Pedro Silva, picou a bola para um «chapéu» que coloriu a noite cinzenta.

O Santa Clara conseguiu três pontos importantíssimos para ganhar algum fôlego no ataque à reta final da Liga. Os açorianos são 10.º classificados, com os mesmos 29 pontos do Portimonense, que é nono. O Vizela segue no 14.º lugar, com 24 pontos, quatro acima da linha de água.