A FIGURA: Pelé
Está um senhor jogador. Nunca se precipita, nunca perde a cabeça, mesmo atuando em zonas de risco. O Rio Ave não abdica de sair a jogar em passe curto, Pelé recua para ter bola e define quase sempre bem. Mesmo pressionado é capaz de rodar e entregar bem, alardeando notável maturidade. Está a fazer uma temporada de excelência e a exibição na Mata Real só dá razão aos clubes que o cobiçam. Muito bem.  

O MOMENTO: Cássio não deixa o Paços ser feliz (minuto 90)
O cabeceamento de Ricardo, após canto na direita, parecia levar o selo do golo. Cássio não deixou. No regresso a um estádio que tão bem conhece, o guarda-redes do Rio Ave segurou o quinto lugar e não deixou o antigo clube ser feliz. A luta pela permanência segue em Portimão.  

OUTROS DESTAQUES

Marcelo

O Sporting leva de Vila do Conde um defesa central de enorme qualidade. Rápido, inteligente, com bons pés. Lê o jogo com perspicácia rara e adivinha as ações adversárias com uma frescura invejável. Ganhou lances atrás de lances em Paços de Ferreira, sempre sério e concentrado. Não é um atleta de extraordinária estampa física, mas quem gosta de futebol sabe que isso está longe de ser determinante.

Pedro Moreira
Chegou a Paços de Ferreira com pouco mais de 200 minutos nas pernas e apenas um jogo a titular. Respondeu afirmativamente, numa posição central, entre os médios e o ponta-de-lança Guedes. Sem jogar a um ritmo muito alto, Pedro Moreira quis sempre encontrar os melhores caminhos e manter a equipa ligada ao plano de jogo. Provou merecer mais minutos e oportunidades.

Luiz Phellype
Tão sozinho, tão desamparado, tão empreendedor. Na primeira parte foi capaz de segurar a bola em condições adversas e teve dois remates interessantes. Os colegas jogaram demasiado tempo longe do ponta-de-lança do Paços, mas Luiz Phellype foi conseguindo assustar Cássio aqui e ali. Bom executante.

Vasco Rocha
Melhor sem bola do que com bola. Responsável pelo crescimento do Paços no segundo tempo, importante na pressão sobre os vilacondenses e no encurtamento de espaços. Muito superior a Assis, colega de setor.

Mabil
Tem uma história de vida emocionante e é um jogador apaixonado pela bola. Só sabe acelerar, só sabe procurar a baliza contrária. Dois remates perigosos, um em cada parte, sempre com o mesmo movimento: velocidade da esquerda para o meio e pontapé de fora da área. O agitador do Paços.

Guedes
Compensa os parcos recursos técnicos com uma entrega comovente ao jogo. Aos 68 minutos, já desgastado, fez um pique para trás na perseguição a Xavier. Uns bons 50 metros. Depois… falta-lhe muita coisa, mas é sempre uma carraça para os centrais contrários. Uma exibição de luta e paixão.