O Arouca voltou a vencer na deslocação a Tondela, onde o historial lhe era claramente favorável, chegou aos 20 pontos e mostrou que a sua luta vai andar longe dos lugares de descida. Do outro lado ficou um Tondela com cada vez menor margem de erro e com alguns sinais de contestação ao treinador Petit.

Walter e Jorginho mostraram ser uma dupla de sucesso na busca do golo, marcaram um cada, e nem a resposta tardia de Pité, que reduziu à entrada dos últimos dez minutos, foi suficiente para abalar um Arouca demasiado consistente para este Tondela.

Ciente da necessidade urgente de alterar o rumo que a sua equipa vem a trilhar, Petit fez cinco alterações relativamente ao «onze» que perdera 3-0 em Setúbal, incluindo nas suas escolhas para esta partida os estreantes Jaquité e Pedro Nuno, este último reforço de Inverno que chegou a Tondela emprestado pelo Benfica, que o contratou à Académica, onde cumpriu os primeiros meses da época. 

FICHA DE JOGO E NOTAS DO TONDELA-AROUCA

Mas se o conjunto auriverde não passa por um período de grande confiança – com três derrotas e um empate nas últimas quatro jornadas, e no último lugar da Liga – o golo madrugador de Walter, aos 4 minutos, trouxe ainda maior intranquilidade.

Mais confortável na tabela classificativa, apesar da irregularidade que também tem marcado o seu percurso nesta primeira fase do campeonato, o Arouca aproveitou a vantagem e os erros do adversário para carregar sobre a área de Cláudio Ramos, ficando perto de ampliar a vantagem por duas vezes. Contudo, Walter primeiro, e Mateus depois, perderam no frente a frente com Cláudio Ramos, que se viu obrigado a vestir a farda de salvador para corrigir erros graves de colegas de setor, que foram o expoente máximo da intranquilidade tondelense.

Só nos últimos dez minutos do primeiro tempo, e já depois de Murilo ter entrado para o lugar do lesionado Erick Moreno, é que o conjunto de Petit começou a incomodar Bracali, que protagonizou também um erro claro, mas que Wagner não conseguiu aproveitar.

O intervalo chegou, então, com vantagem justa do Arouca, que podia até ser mais ampla, mas com o Tondela a mostrar que ainda queria ter uma palavra a dizer na disputa dos pontos em disputa.

Lystcov perdoa... Jorginho não

Os primeiros minutos mostraram um Tondela a querer chegar-se à frente em busca do empate, esbarrando sempre, porém, na bem montada estrutura arouquense que, mais experiente, nunca deu grandes espaços à equipa da casa para criar verdadeiras oportunidades de golo.

A exceção aconteceu aos 51 minutos, na sequência de um canto, quando Lystcov subiu bem alto para cabecear com estrondo à trave da baliza de Bracali.

Na sequência, Petit esgotou as substituições, fazendo entrar Fernando Ferreira e Miguel Cardoso, o jogador mais ofensivo que tinha então no banco.

Mas quando era o Tondela que parecia instalar-se no meio-campo contrário, o Arouca mostrou uma das suas facetas mais conhecidas: a frieza. Em contra-ataque, Walter levou a melhor sobre Lystcov, colocou no centro da área, onde surgiu Jorginho a encostar para o segundo golo.

Pité dá emoção à ponta final

Com dois golos de vantagem para o Arouca, e com Petit já sem possibilidade de voltar a mexer, a questão do vencedor do jogo parecia resolvida. Quem não concordou com isso, foi Pité, que, com um livre direto batido de forma exímia, reduziu a desvantagem e trouxe emoção aos últimos dez minutos da partida.

Nada feito, porém, quanto às aspirações tondelenses. O Arouca foi melhor e mereceu a vitória que deixa os auriverdes em posição mais delicada.